bons drink

Sunday, November 21, 2010

o reverso do trauma

fiona apple foi estuprada aos 12 anos por um ladrão que invadiu a casa dela. por causa disso, pro seu primeiro disco ela escreveu sullen girl, uma das músicas mais bonitas da via láctea:

days like this, i don't know what to do with myself
all day
and all night
i wander the halls along the walls
and say to myself:
i need fuel to take flight


e todos os outros 3 discos de fiona falam basicamente de amor. do amor que ela sente pelos homens dela.

eu entendo fiona.

talvez em ordem de não endoidar, ela se debruçou sobre e mergulhou nesse item do universo - um homem - para analisá-lo e analisar como eles são com ela.

podemos colocar assim: a pesquisa de fiona é sobre homem. eu acho emocionante ver no que ela transformou o trauma. ela foi de agente passivo a ativo, subvertendo a dor, o medo e a raiva em análise, em observação.

em declaração de amor àquilo que ela poderia simplesmente achar grotesco e deplorável.




eu fiz o mesmo e descobri que sob minha tempestade, há calma. quando eu me entrego àquilo que eu mais poderia temer, e o enfrento, descubro não há espaço para medo e nem solidão.

7 comments:

  1. há tempos,um amigo do meu irmão esqueceu uma bolsa com uns cds lá em casa (só os discos).

    eu ouvi a voz daquela mulher, as letras... ouvia direto, sem nem saber o nome dela/do disco, (lembro que não tinha escrito).

    sullen girl era minha música preferida nele.

    depois encontrei o disco, ouvi os outros, e sou apaixonada por ela.

    impossível não passear aqui e brilhar os olhos.
    sempre leio mas nunca comento.
    foi a fiona. foi tu.

    um beijo.

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  2. Medo ñ, mas pra solidão, tem. Mas isso ñ tem q ser sofrido. O negócio eh esse. E a gente bem dah conta, sabe? D se curtir, tal.







    (Tô falando pra mim.)

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  3. Eu tô buscando o caminho de transformar essa dor que eu sinto, que chega a ser física de tão profunda, em algo suportável.

    Espero meu Deus conseguir.

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  4. Adorei este post. Caramba. Mas concordo, se nós enfrentamos nosso medo, o que nos magoa, machuca, se viramos a mesa e viramos o "vilão" da nossa história, os nossos problemas talvez possam ser vistos como insignificantes, ou simplesmente superados. Ela conseguiu ser muito sábia, muito forte. É uma pena que não seja assim para todas. Bjus

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