do alto de uma montanha
qualquer (pois há muitas, no nepal)
escreve-me ele.
manda notícias, pequenos relatórios
estupefatos
sobre as condicoes de higiene
na cidade onde (diz-se)
buda nasceu.
diz sentir-se no século 14, ele.
diz também, muito a sério, que qualquer um
minimamente razoável
poderia chegar às conclusoes
por buda encontradas,
(e assim sendo odeia o "culto à pessoa").
imediatamente me lembrei de dostoievski,
em
os demônios,
quando ensina:
"é difícil trocar de deuses".
(mas eu, fiódor, eu sigo adorando o mesmo, esse sidarta da vida mundana, que me salvou de mim mesma, como jordan fez com christina).
§
ele me perguntou como estou e, já sabendo da resposta, se adiantou e disse: "just remember...
summer is almost gone".
(todos sabemos que na verdade mal comecou. é mais a esperanca, mesmo, que o outono chegue depressa. mas nao sei porque estou explicando; vocês sao boas em entender metáfora).
§
falando em outono: setembro parece ser sempre o mês que nos reacolhe, a mim e a ele. e me lembrei de fiona apple:
"but then he rose
brilliant as the moon
in full
and sank in the borrows of my keep".
§
de modo que se eu pudesse assim descrever com a boca, ou com a caneta,
(nao consigo)
o que é pensar neleeeu
eu diria isso:

