marsha maravilhosa
Saturday, June 27, 2015
viva marsha!
se estivesse viva, marsha p. johnson completaria hoje 71 anos. eu tenho andado transtornada com a quantidade de feministas hard core se voltando contra as pessoas trans e queria apenas lembrar que quando marsha lutava pelos direitos das mulheres trans estava lutando pelos direitos de TODAS as mulheres. transfobia e misoginia andam de maos dadas, entao olho aberto diante de discursos desagregadores, quyridas.
Friday, June 19, 2015
yeats e uma palavra que eu nao soube traduzir
uma das coisas mais maravilhosas que eu li na minha vida eh a serie "crazy jane" de yeats. desculpa que vai nao-traduzido, eh que o post eh exatamente sobre isso:
I. CRAZY JANE AND THE BISHOP
Bring me to the blasted oak
That I, midnight upon the stroke,
(All find safety in the tomb.)
May call down curses on his head
Because of my dear Jack that's dead.
Coxcomb was the least he said:
The solid man and the coxcomb.
Nor was he Bishop when his ban
Banished Jack the Journeyman,
(All find safety in the tomb.)
Nor so much as parish priest,
Yet he, an old book in his fist,
Cried that we lived like beast and beast:
The solid man and the coxcomb.
The Bishop has a skin, God knows,
Wrinkled like the foot of a goose,
(All find safety in the tomb.)
Nor can he hide in holy black
The heron's hunch upon his back,
But a birch-tree stood my Jack:
The solid man and the coxcomb.
Jack had my virginity,
And bids me to the oak, for he
(All find safety in the tomb.)
Wanders out into the night
And there is shelter under it,
But should that other come, I spit:
The solid man and the coxcomb.
eu não sabia o que era coxcomb, e existem três definições. no dicionário em português, aparece: "janota" (Janot, figura cômica do século 18), corpete de vestido ou alguém que se veste com afetação. no dicionário em inglês aparece: dandy; crista de um galo; crista-de-galo (celosia cristata), a planta.
dei um google a achei as flores lindas. pronto, era so isso que queria dizer.
I. CRAZY JANE AND THE BISHOP
Bring me to the blasted oak
That I, midnight upon the stroke,
(All find safety in the tomb.)
May call down curses on his head
Because of my dear Jack that's dead.
Coxcomb was the least he said:
The solid man and the coxcomb.
Nor was he Bishop when his ban
Banished Jack the Journeyman,
(All find safety in the tomb.)
Nor so much as parish priest,
Yet he, an old book in his fist,
Cried that we lived like beast and beast:
The solid man and the coxcomb.
The Bishop has a skin, God knows,
Wrinkled like the foot of a goose,
(All find safety in the tomb.)
Nor can he hide in holy black
The heron's hunch upon his back,
But a birch-tree stood my Jack:
The solid man and the coxcomb.
Jack had my virginity,
And bids me to the oak, for he
(All find safety in the tomb.)
Wanders out into the night
And there is shelter under it,
But should that other come, I spit:
The solid man and the coxcomb.
eu não sabia o que era coxcomb, e existem três definições. no dicionário em português, aparece: "janota" (Janot, figura cômica do século 18), corpete de vestido ou alguém que se veste com afetação. no dicionário em inglês aparece: dandy; crista de um galo; crista-de-galo (celosia cristata), a planta.
dei um google a achei as flores lindas. pronto, era so isso que queria dizer.
(parenta da cristata, essa se chama celosia coccinea)
ps: derramei cha no computador e a tecla dos acentos morreu, o blogger corrige automaticamente algumas palavras, outras não, por isso o texto ta meio feioso, desculpa).
Thursday, June 18, 2015
Saturday, June 13, 2015
filomela e lavínia em shakespeare
em "tito andrônico", shakespeare aborda o estupro de lavínia por aarão, quirão e demétrio. a história de filomela é citada várias vezes como comparativo (ambas tiveram as línguas cortadas pelos seus agressores, para que nunca pudessem contar o que aconteceu com elas).
a peça inteira em português dá pra ler aqui.
a peça inteira em português dá pra ler aqui.
Friday, June 12, 2015
filomela em ts eliot
alusão ao estupro de filomela por tereu na parte dois de "a terra arruinada". tradução de júlia rodrigues.
II. Uma Partida de Xadrez
O assento em que ela se sentou, como um trono reluzente,
Brilhava sobre o mármore, onde o espelho,
Sustentado em estandartes cobertos por parreiras
De onde um Cupido dourado espiava
(Um outro ocultou seus olhos atrás das asas)
Fazia dobrar as chamas do candelabro de sete braços,
Refletindo a luz sobre a mesa enquanto
As joias dela brilhavam ao encontro da luz,
Surgindo de cofres aveludados, elevavam-se em rica profusão.
Frascos de marfim e vidros coloridos
Destampados, dispersavam os perfumes sintéticos dela,
Unguentos em pó ou líquidos – confundiam
E afogavam os sentidos em aromas; espalhados pelo ar
Refrescante da janela, que ascendiam,
Que avolumam as chamas alongadas,
Atiram sua fumaça em laquearia,
Agitando a estampa do teto decorado.
Imensas madeiras-do-mar cobertas de cobre,
Queimadas de verde e laranja, adornadas pela pedra colorida,
Em cuja luz melancólica nadava um golfinho esculpido.
Sobre a antiga lareira se encenava,
Como uma janela que permite ver a paisagem silvestre,
A metamorfose de Filomela pelo bárbaro rei
Tão rudemente violada; ainda o rouxinol cobre
Todo o deserto com sua voz inviolável,
E ainda ela pranteia, e ainda corre o mundo,
‘Jug Jug’ para ouvidos imundos.
E outros tocos mutilados do tempo,
Foram cantados além dos muros; observando formas para fora
Lançadas, lançando, cobrindo de silêncio a sala trancada.
Passos lentos ressoavam na escada.
Sob a luz do fogo, sob um pente, os cabelos dela
Espalhavam-se em pontos rubros
Brilhavam em palavras, selvagemente silenciadas.
‘Estou mal dos nervos essa noite. Sim, mal. Fica comigo.
Fala comigo. Por que você nunca fala. Fala.
O que você está pensando? Que pensando? Que?
Eu nunca sei o que você está pensando. Pensa.’
Acho que estamos na toca dos ratos
Onde os mortos perderam os ossos.
‘Que barulho é esse?’
O vento debaixo da porta.
‘E agora? Que barulho é esse? O que o vento está fazendo?’
Nada mais uma vez nada.
‘Você
Sabe de alguma coisa? Vê alguma coisa? Se lembra de
Alguma coisa?
Eu lembro
Das pérolas que foram os seus olhos.
‘Você está vivo ou não? Você não tem nada na cabeça?’
II. Uma Partida de Xadrez
O assento em que ela se sentou, como um trono reluzente,
Brilhava sobre o mármore, onde o espelho,
Sustentado em estandartes cobertos por parreiras
De onde um Cupido dourado espiava
(Um outro ocultou seus olhos atrás das asas)
Fazia dobrar as chamas do candelabro de sete braços,
Refletindo a luz sobre a mesa enquanto
As joias dela brilhavam ao encontro da luz,
Surgindo de cofres aveludados, elevavam-se em rica profusão.
Frascos de marfim e vidros coloridos
Destampados, dispersavam os perfumes sintéticos dela,
Unguentos em pó ou líquidos – confundiam
E afogavam os sentidos em aromas; espalhados pelo ar
Refrescante da janela, que ascendiam,
Que avolumam as chamas alongadas,
Atiram sua fumaça em laquearia,
Agitando a estampa do teto decorado.
Imensas madeiras-do-mar cobertas de cobre,
Queimadas de verde e laranja, adornadas pela pedra colorida,
Em cuja luz melancólica nadava um golfinho esculpido.
Sobre a antiga lareira se encenava,
Como uma janela que permite ver a paisagem silvestre,
A metamorfose de Filomela pelo bárbaro rei
Tão rudemente violada; ainda o rouxinol cobre
Todo o deserto com sua voz inviolável,
E ainda ela pranteia, e ainda corre o mundo,
‘Jug Jug’ para ouvidos imundos.
E outros tocos mutilados do tempo,
Foram cantados além dos muros; observando formas para fora
Lançadas, lançando, cobrindo de silêncio a sala trancada.
Passos lentos ressoavam na escada.
Sob a luz do fogo, sob um pente, os cabelos dela
Espalhavam-se em pontos rubros
Brilhavam em palavras, selvagemente silenciadas.
‘Estou mal dos nervos essa noite. Sim, mal. Fica comigo.
Fala comigo. Por que você nunca fala. Fala.
O que você está pensando? Que pensando? Que?
Eu nunca sei o que você está pensando. Pensa.’
Acho que estamos na toca dos ratos
Onde os mortos perderam os ossos.
‘Que barulho é esse?’
O vento debaixo da porta.
‘E agora? Que barulho é esse? O que o vento está fazendo?’
Nada mais uma vez nada.
‘Você
Sabe de alguma coisa? Vê alguma coisa? Se lembra de
Alguma coisa?
Eu lembro
Das pérolas que foram os seus olhos.
‘Você está vivo ou não? Você não tem nada na cabeça?’
Thursday, June 11, 2015
física quântica
sônia rovinski, psicóloga judiciária e professora:
"O vínculo com o agressor torna os sentimentos mais nebulosos. E para romper o vínculo negativo a mulher vai ter de romper também o positivo. Às vezes é preciso sair de casa, mudar de cidade, de emprego, mudar radicalmente de vida, o que não é fácil. Para romper esta cadeia de violência e culpabilização, é preciso que as mulheres se posicionem, denunciem, mantenham a queixa, sigam com os processos. É preciso mudar do micro para o macro, de dentro de casa para fora, de dentro da mulher para o resto da sociedade".
"O vínculo com o agressor torna os sentimentos mais nebulosos. E para romper o vínculo negativo a mulher vai ter de romper também o positivo. Às vezes é preciso sair de casa, mudar de cidade, de emprego, mudar radicalmente de vida, o que não é fácil. Para romper esta cadeia de violência e culpabilização, é preciso que as mulheres se posicionem, denunciem, mantenham a queixa, sigam com os processos. É preciso mudar do micro para o macro, de dentro de casa para fora, de dentro da mulher para o resto da sociedade".
Wednesday, June 10, 2015
"a cabeça da medusa", por freud
é um texto curto, dá pra ler traduzido aqui. nele, freud fala da castração, mais analisando o mito do que aludindo à história da medusa.
a medusa foi estuprada por poseidon no templo de atena e esta, ofendidíssima, considerou medusa a culpada da heresia (não se podia transar nos templos, ladies & gentlemen). por isso transformou-a numa horrorosa com cabelo de cobra. nas suas "metamorfoses" ovídio afirma que o castigo foi justo. no fim, medusa foi decapitada por perseu.
quer dizer, a culpa é da vítima desde sempre, amigas.
jane ellen harrison (1850-1928) no entanto diz que "a medusa nasceu do horror, e não o horror nasceu da medusa". pois muito bem. para baixar o livro (em inglês, se alguém tiver/se existir uma tradução, indiquem nos comentários!), que é domínio público e faz parte do acervo de harvard, clicaqui.
a medusa foi estuprada por poseidon no templo de atena e esta, ofendidíssima, considerou medusa a culpada da heresia (não se podia transar nos templos, ladies & gentlemen). por isso transformou-a numa horrorosa com cabelo de cobra. nas suas "metamorfoses" ovídio afirma que o castigo foi justo. no fim, medusa foi decapitada por perseu.
quer dizer, a culpa é da vítima desde sempre, amigas.
jane ellen harrison (1850-1928) no entanto diz que "a medusa nasceu do horror, e não o horror nasceu da medusa". pois muito bem. para baixar o livro (em inglês, se alguém tiver/se existir uma tradução, indiquem nos comentários!), que é domínio público e faz parte do acervo de harvard, clicaqui.
Tuesday, June 09, 2015
medusa, de sylvia plath
(tradução é de rodrigo garcía lopes)
Longe dessa península de bocais pétreos,
Olhos revirados por varetas brancas,
Orelhas absorvendo as incoerências marinhas,
Você abriga sua cabeça débil — globo de Deus,
Lente de piedades,
Seus parasitas
Oferecem suas células selvagens à sombra de minha quilha,
Empurrando como corações,
Estigmas vermelhos bem no centro,
Cavalgando a contracorrente até o ponto de partida mais próximo.
Arrastando seus cabelos de Jesus.
Escapei, me pergunto?
Minha mente sopra até você
Umbigo de velhos mariscos, cabo Atlântico,
Se mantendo, parece, em estado de milagrosa conservação.
Em todo caso, você está sempre ali,
Respiração trêmula no fim da minha linha,
Curva d’água pulando
Em meu caniço, ofuscante e agradecida,
Tocando e sugando.
Não chamei você.
Não chamei você mesmo.
No entanto, no entanto
Você veio a vapor em minha direção,
Obesa e vermelha, uma placenta
Paralisando amantes impetuososos.
Luz de naja
Espremendo o hálito das rubras campânulas
Da fúcsia. Sem poder respirar,
Morta e sem dinheiro,
Superexposta, como num raio-x.
Quem você pensa que é?
Hóstia de comunhão? Maria Carpideira?
Não vou tirar nenhum pedaço desse seu corpo,
Garrafa aonde vivo,
Vaticano espectral.
O sal quente me mata de enjôo.
Imaturos como eunucos, seus desejos
Sibilam para meus pecados.
Fora, fora, coleante tentáculo!
Não há mais nada entre nós.
Longe dessa península de bocais pétreos,
Olhos revirados por varetas brancas,
Orelhas absorvendo as incoerências marinhas,
Você abriga sua cabeça débil — globo de Deus,
Lente de piedades,
Seus parasitas
Oferecem suas células selvagens à sombra de minha quilha,
Empurrando como corações,
Estigmas vermelhos bem no centro,
Cavalgando a contracorrente até o ponto de partida mais próximo.
Arrastando seus cabelos de Jesus.
Escapei, me pergunto?
Minha mente sopra até você
Umbigo de velhos mariscos, cabo Atlântico,
Se mantendo, parece, em estado de milagrosa conservação.
Em todo caso, você está sempre ali,
Respiração trêmula no fim da minha linha,
Curva d’água pulando
Em meu caniço, ofuscante e agradecida,
Tocando e sugando.
Não chamei você.
Não chamei você mesmo.
No entanto, no entanto
Você veio a vapor em minha direção,
Obesa e vermelha, uma placenta
Paralisando amantes impetuososos.
Luz de naja
Espremendo o hálito das rubras campânulas
Da fúcsia. Sem poder respirar,
Morta e sem dinheiro,
Superexposta, como num raio-x.
Quem você pensa que é?
Hóstia de comunhão? Maria Carpideira?
Não vou tirar nenhum pedaço desse seu corpo,
Garrafa aonde vivo,
Vaticano espectral.
O sal quente me mata de enjôo.
Imaturos como eunucos, seus desejos
Sibilam para meus pecados.
Fora, fora, coleante tentáculo!
Não há mais nada entre nós.
Monday, June 08, 2015
Sunday, June 07, 2015
cassandra por martha graham
pobre cassandra: estuprada por ajax, amante de agamenon (estuprador) e assassinada por clitemnestra (que antes havia sido estuprada por agamenon, que ela também matou).
Saturday, June 06, 2015
cassandra
cassandra foi estuprada por ajax, o menor.
por Tischbein, 1806
eu fico olhando essas duas últimas pinturas e me perguntando se a representação do estupro na arte (através da figura do o estuprador sexy, heroico e da bela mocinha cândida e indefesa) reflete a percepção que se tem dele na vida, ou o contrário...
"clitemnestra after the murder", de collier
"agamenon matou minha filha e meu marido,
me estuprou e me levou de casa
e depois dizem que te matei
me estuprou e me levou de casa
e depois dizem que te matei
para virar rainha ao lado do meu
amante.
eita patriarcado de merda"
amante.
eita patriarcado de merda"
Thursday, June 04, 2015
Wednesday, June 03, 2015
Tuesday, June 02, 2015
Monday, June 01, 2015
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