martial

como vocês sabem, eu sou influenciável. falei esses dias pra rafa-da-cia: "eu preciso ouvir a opinião dos outros antes de decidir qual a minha". e acho que ele ficou pensando "que demente".

é que ca confusão mental em que vivo, não consigo chegar num consenso sobre nada se não tiver ajuda.

ano passado fiz a oficina com o maravilhoso martial cherrier, no itaú cultural, e ele falou duas coisas que ficaram na minha mente:



1. que eu não precisava ser engraçadinha todo o tempo;
2. que eu não precisava ser tão burlesca;
3. que eu devia vomitar nas moda;
4. que não se começa um trabalho antes de finalizar outro.

ok, foram quatro.

dessas provocações do martial nasceu o (ainda em trabalho de parto) fashion victim 4 - it-girls. foi quando eu comecei a olhar as moda não somente como vocabulário, como inspiração, mas também como ponto de partida.

continuo nesse processo, de olhar os arquivos, de selecionar as imagens devagar... e ainda penso muito no que o martial falou. todas as coisas que ele me falou e que eu anotei num bloquinho laranja mas que depois joguei fora porque sei da minha tendência de canonizar o povo.

eu entendo e acho que tudo o que martial falou eu vou carregar pra sempre. hoje eu entendo que muito do que eu faço, como fotógrafa, não é nada senão um monte de piada interna. thanx ao martial por isso.

mas, quanto ao 4º item: não consigo interromper o fluxo desesperador de ideias. se não consigo parar a vida, não consigo parar a inspiração. não funciona isso para mim, que ele tentou ensinar, de mergulhar numa pesquisa por meses, e cuidar dela, e se focar nela. isso de fazer uma coisa de cada vez. mas é assunto sobre um outro post. sobre o que têm em comum cindy sherman, bob dylan, sophie calle e lendas da paixão (o filme). e eu, lógico.

martial também faz auto-retrato.