roy orbinson e essas coisas asfaltadas na frente da gente

como é que a gente vai fazer, sailor, se eu te entregar esse container de 6 toneladas que carrego, esperando que, se eu te der, tu vai querer segurá-lo?

como é que vai ser, se nem eu mesma aguento esse container de 46 kg? eu fico aqui achando que tu vai transformar toda essa angústia em des-matéria.

na minha irresponsabilidade, na minha não-vontade de aceitar que a vida de todo mundo é igual, eu fico querendo fazer um road movie só para gente. vai ter sempre vento batendo, frases de efeito, música country, andar só de meia, posto de gasolina. vai ter apfelschörle, besouro espragatado no vidro, cigarro que voa pela janela. vai ter sempre a sensação massa de "e amanhã?". sei lá.

sendo que eu nem perguntei teu cachê. se tu tás interessado no papel. e eu ainda nem parei para pensar se eu quero mesmo dividir o papel principal.

eu só penso "entra aí, cala a boca e dirige", como diria rihanna. me leva para algum canto que essa agonia mental passe.

o negócio é: aonde essas coisas asfaltadas vão nos levar?

eu dirigi minha noite inteira pra chegar em tu. e agora tu tás tão aqui que eu simplesmente não sei o que vou fazer se não for perfeito.

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começou aquela fase da vida em que abro mapas.

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thanx, roy.