inventei de ir atrás dessas fotos de eu pequena, e eu estou ficando triste: as fotos são uma premonição desagradável de mim mesma.
eu tinha 23456seteanos e não tem nenhuma foto minha sorrindo. e o pior é lembrar que eu não sorria porque eu não gostava mesmo muito de nada...
e não é somente ver essas imagens,
(e ver fotos antigas de meu pai, com o verso rabiscado por palavras apaixonadas da minha mãe),
é também ir percebendo e aceitando meus cacoetes de fotógrafa.
é perceber que eu fotografo minha vó desde que tenho 9 anos porque ela é a coisa mais importante que existe. mas eu sou burra e nunca percebi nem nunca quis pensar sobre as fotos que eu tiro.
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retrato de vovó que tirei em 1991
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dados de um álbum fotografado no mesmo ano, com minhas preciosas observações
entendi hoje (agorinha) que fotografo como escrevo.
tanto nas fotos quanto nas crônicas, eu não paro para pesquisar alguma coisa - eu não apuro, como escritora; eu não desenvolvo e finalizo projetos, como fotógrafa.
eu entendi que presto atenção num sentimento e junto em fotos já feitas, ou junto as merda que escrevo no meu diário véio.
eu fotografo todo dia, como escrevo todo dia. e é um inferno.
depois é puramente um trabalho de edição desse fluxo insano e desesperado.
e aí está uma história.
mas eu não estou aliviada, porque é um inferno, um inferno.
2 comments:
relaxa.... esse lance de inferno não existe... ;]
... puxa
achei tao interessante ver essas fotos..
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