Thursday, March 29, 2012

terrorismo feminista

acabei de mandar um email engracadinho pra minha amiga vic ceridono contando umas coisinhas, e usei esse termo pra falar de um assunto secreto. dei risada comigo mesmo, ha ha ha, e fui fazer outras coisas.

sendo que hoje mais cedo minha amiga clarissa me mandou esse link. quer dizer, criancas de 12 anos podem ser estupradas se elas foram prostitutas, como se ser prostituta aos 12 já naos fosse uma tragédia em si. e me admira que A JUIZA (sim, a lazarenta é uma mulher, e como ela tem muitas outras por aí) tenha absolvido o cara por falta de evidência ou sei lá o que, porque até onde eu sei transar com alguém de até 14 é estupro mermo que a pessoa queira. outra coisa: diante dessa sentenca, me pergunto pra que continuar campanhas de combate à exploracao sexual. afinal, direitos civis as prostitutas nao parecem ter mesmo, né, diante da justica e das pessoas comuns. entao, minha gente, deixemos essas meninas nas orlas do brasil transando com alemôos asquerosos de 500 anos. eta, brasil bonito!

aí minha amiga jessica me mandou esse link, que eu achei demais.

aí fui no site do daily mail (argh) atrás da notícia original, e acabei me deparando com essas duas. uma, a menina foi estuprada por 3 rapazes, que depois tocaram fogo nela e foram soltos depois porque suas familias sao influentes. a menina morreu, gracas a deus. superar um estupro é possível, olha quanta mulher maravilhosa foi violada e deu 3 voltas por cima (tori amos, madonna, fiona apple etc.). mas sobreviver a um gang rape e ter que seguir em frente depois de ter 55 por cento do corpo queimado, com um braco e dois pés amputados por causa das queimaduras, é pedir um pouco demais da fé da forca. a menina fez um video antes de morrer, eu nao tive coragem de ver, mas pra quem tiver colhoes, o meu respeito. eita, ucrânia bonita!

nos links recomendados dessa matéria, tem essa. essa paquistanesa se matou depois de viver anos com o rosto e seios completamente desfigurados, depois que seu ex-marido jogou ácido nela. ela se matou porque o paquistao nada fez por ela, e sequer condenou o filho-da-puta que fez isso com ela, que vive solto e saltitante  no paquistao, que realmente deve ser muito bonito.

quer dizer, homens andam na rua bêbados, à noite e sozinho, e a gente nao os estupra. a gente leva chifre, apanha, pega aids, é largada, e nem por isso jogamos ácido na cara desses escrotos.

talvez seja hora de mudar de atitude, galera. vamos criar um al-femea, soltar bombas em campos de futebol, casinos, oficinas mecânicas? vamos mandar envelopes com pó impotencializador de paus de estupradores? e se também comecarmos a tocar fogo em comedores de menina de 12 anos?

eu acho digno. eles se ocupam de machucar mulhers inocentes, a al-femea se ocupa de matar esses escrotos.

enquanto a gente nao cria essa maravilhosa "ong", vamos lembrar todo dia de nao permitir, nem aceitar, nem ignorar, nem esquecer todas as vezes que somos tratadas mal, ou diferente, apenas porque temos um quiquito entre as pernas.

7 comments:

Tassia said...

Ivi, outro dia estava eu lendo uns comentários sobre o Big Brother (que eu tava assistindo até certo ponto), e fiquei muito puta da vida com um povo condenando a garota que tinha pego dois, e justificando o cara que pegou duas com o famoso "ele é homem, né?", como se o pau dele absolvesse ele de toda culpa. Acabo achando que essa gente deve imaginar que, sei lá, pau tem vida própria, coitado do moço.
Além disso, tenho várias conversas com a minha mãe sobre essas coisas (e a minha mãe tem uns conceitos incríveis), e outro dia passamos uma tarde falando do quanto as pessoas tem preconceito com prostitutas, e o quanto achamos super ok o trabalho delas, além de acharmos que deve ser muito foda (no pun intended). Eu não faria, não por nada, mas não tenho culhões para, como vcs mesma diz. Mas eu tb não teria culhões pra ser coveira, ou carcereira, ou gari (eu ia passar o dia vomitando - frescuritinha de mulher), e nem por isso acho que elas valham menos ou tenham menos direito.
Acho foda como todo e qualquer serviço do mundo é respeitado, vc precisa trocar um cano, chama o encanador, mas quando precisa de sexo e paga uma puta tá errado. Serviço é serviço e eu tenho um puta respeito (pun intended) por aquelas que tem a coragem de fazer o serviço.

Mariana Hartenthal said...

Ótimo texto! Obrigada! Fico triste às vezes que escuto usarem a palavra 'feminista' de forma pejorativa, mesmo por amigas minhas ('não que eu seja feminista...' aquela conversa).
Pois eu sou feminista sim. Essas histórias que você contou me deixam mais certa disso. E viva o al-Femea!

Mariana Hartenthal said...

Ótimo texto! Obrigada! Fico triste às vezes que escuto usarem a palavra 'feminista' de forma pejorativa, mesmo por amigas minhas ('não que eu seja feminista...' aquela conversa).
Pois eu sou feminista sim. Essas histórias que você contou me deixam mais certa disso. E viva o al-Femea!

Unknown said...

Estava pensando nessas notícias, aí lembrei do seu projeto, das histórias, do livro da Natasha Kampusch, do livro (Vida Roubada), sobre a Jaycee Dugard, etc...
Aí, quando a gente fica indignada com uma decisão do STJ,e comenta sobre todos esses casos, ouve o adjetivo feminista, colocado de forma pejorativa, como foi dito aí em cima, até mesmo por mulheres... Mas e aí? tem que gritar mesmo. Al-femem com orgulho!

Unknown said...

Esqueci de citar tb o livro "Sorte", de Alice Sebold que também conta como foi o episódio do estupro que ela sofreu. E o nome do livro é o que pessoas falavam que ela teve, por não ter morrido...

Miss X said...

É por essas e outras que eu amo esse blog.
Onde eu me inscrevo pra fazer parte do al-femea?! rs
Trabalho com uma maioria do sexo masculino, ouço desses absurdos para mais... Machismo, homofobia, racismo e afins. Não há estômago que aguente!

Miss X said...

É por essas e outras que eu amo esse blog.
Onde eu me inscrevo pra fazer parte do al-femea?! rs
Trabalho com uma maioria do sexo masculino, ouço desses absurdos para mais... Machismo, homofobia, racismo e afins. Não há estômago que aguente!