De: Camila *******@gmail.com
Data: 27 de abril de 2012 21:45
Assunto: é muita gente imbecil nesse mundo
Para: Adelaide Ivánova
Ontem fui numa boate com umas amigas e tal, tudo bem. A noite maravilhosa, todas adorando etc. Mas é aquela coisa, boate, playboy.. nunca vai ser tão bom assim. As pessoas não tem mais respeito ivi, é tão triste. Havia uma garota na boate, de vestido curto bem decotado nas costas, animada passou a noite eprto de onde eu estava com as amigas. Na hora de ir embora eu a vi na rua, o vestido destruido. O namorado dela ( ou ex não sei) apareceu na boate ficou com raiva, mas fingidamente agiu comos e tivesse tudo bem, chamou ela pra ir embora... já fora da boate e estando os dois sozinhos o cara resolveu mostrar a que veio. Rasgou o vestido da menina, derrubou ela no chão levou os sapatos a bolsa( além de tudo é ladrão) e a deixou ao deus dará na frente da boate. Tu já pensou ivi? as pessoas da boate não fizeram nada,as meninas que saiam não fizeram nada ( e ainda acharm justo).
fora toda a violencia que a menina sofreu, que é absurdo e cruel, o que mais em espanta é a aceitação das pessoas ao redor. Elas acham natural que o homem faça isso " ela tava toda nua já" "ela tava procurando por isso" eram daí pra pior os comentários que se ouvia, eu e minhas amigas levamos a menina pra casa, ela estava aos prantos, quandoc hegamos na casa dela pedimos pra mãe dela vir buscar a menina no portao, a menina tava aterrorizada né ( o cara que ela mais confia, etc) a mãe da menina embora tenha ficado com raiva disse pra menina " minha filha, vc provocou". Eu fico pensando... mesmo que ela tivesse provoicado, quem é que tem o direito de ferir e magoar dessa forma outra pessoa? não falo da agressão não, falo do comentário da mãe, das pessoas, dos seguranças. As pessoas sapateiam na dor dos outros....
até quando essa gente vai pensar dessa forma?até quando a vítima vai ser considerada culpada pelo que sofreu? Tudo evolui, ams oi pensamento é o mesmo de 500 anos atrás. Nós ainda somos vistas como propriedade do homem, nós ainda temos que justificar, ainda temos que definir o que somos com base no que eles ( os homens) vão achar. Ontem depois disso tudo eu fiquei com a impreesão de que nada nunca vai mudar, não importa o que seja feito. A cabeça de jirico ainda vai imperar. enfim, fquei triste e pensei em compartilhar com alguém que entenderia
um beijo
agora, leitorinha, pense em todas as vezes que você julgou uma mina na boate porque ela tava se deliciando com a própria gostosura. eu merma fico com abuso, tenho que me lembrar de nao ter abuso, de nao ter raiva dela. eu sou feminista terrorista mas tenho ainda uns ímpetos macho-bestiais. vale a pena sempre prestar atencao nesses pensamentos automáticos. eu achei lindo que camila (que me recebeu na sua casa em natal, durante a feitura do projeto e que acabou virando minhamiga) ajudou a menina, sem pestanejar. vou levar o exemplo pra minha vida.
9 comments:
Isso me lembrou o fatidico episodio de Bratislava, no qual acabei no meio de uma praça, chorando sem saber pra onde ir e dois rapazes (hoje penso que eram anjos), me ajudaram sem nem querer saber meu nome ou oque realmente tinha acontecido, quando chegamos no hostel chegaram a dizer "se não tiver quarto sobrando, ela pode ficar no nosso!" e isso de coração aberto.
No episodio de Bratislava teve e tem quem até hoje ri da minha cara e diz "achou oque tava procurando!"
Ai, ai... eu só penso uma coisa, aqui se faz, aqui se paga!
beijos e beijos pra sua amiga, que teve a delicadeza de um anjo.
"eu merma fico com abuso, tenho que me lembrar de nao ter abuso, de nao ter raiva dela. eu sou feminista terrorista mas tenho ainda uns ímpetos macho-bestiais. vale a pena sempre prestar atencao nesses pensamentos automáticos."
me identifiquei demais com essa parte. obrigada por ter escrito isso, me acho uma idiota às vezes por meu primeiro instinto ser pensar assim. pelo menos eu vejo que o importante é contestar e lutar contra isso. sem pagação de pau, ivi (pq vc não sabe quem eu sou e eu não tenho blog pra me promover mesmo hausihas) você é muito inspiração pra mim.
:**
Tenho uma amiga que qdo contou para a a mãe que havia sido estuprada, ouviu: "mas vc continua bebendo desse jeito?". Foda.
eita ingrid é mesmo, bem parecida a história, ainda bem que às vezes existem essas pessoas que ajudam... :**
carol mulher, pois é, pior que pensar asneira é nao refletir sobre elas hahaha um beijo pra tu!
pois é mairao um horror, um horror que veio da mae e vem tb da policia e dos amigos das vitimas... na pratica seria melhor nao contar pra ninguem e morrer de sofrer sozinha, pelo menos ninguém ia sambar na tragédia da pessoa.
Aí eu fui ler até o fim, achando tudo um absurdo e vi que isso foi aqui em Natal, uma pena =/
Os playboys daqui até braço das meninas quebram na balada, uma lástima.
Esse post me lembrou a repercussão que a divulgação da próxima Marcha das Vadias teve no blog do Jamildo, aqui de Recife. Lastimável mesmo.Dá essa sensação que tua amiga falou, de que as coisas não mudam. Mas daí a gente lembra de como viviam nossas mães, avós e quanta coisa mudou sim! Década de 1930 mulher nem podia fazer segundo grau aqui no Brasil, vejam só!
Então, seguimos em frente meninas!
Um pouco de otimismo faz bem ao coração né?
beijo, mari
Eu fico entre triste e emputecida com uma história dessas.
A gente não pode sair com roupa curta que é vagaba, não pode se maquiar que é perua, não pode estudar que é nerd... Putz, são rótulos demais! Tem dias que dá vontade de por aquele vestido justo e dias que dá vontade de ficar de pijama. Quem pode me julgar por isso? Só pela minha roupa as pessoas conhecem meu caráter?
Então se ela fosse de fato uma prostituta teria merecido tal tratamento? Continuem repensando seus conceitos.
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