a mulher no afeganistao tá fudida

eu nao gosto da coluna do samy adghirni na folha de sao paulo, mas curti muito esse texto dele, publicado na serafina de hoje. muito interessante como ele tentou mostrar vários aspectos do mesmo assunto - a situacao das mulheres afegas antes e depois da invasao americana.  no texto, aprendi que o país que tem mais mulheres no parlamento do que brasil e israel, é o mesmo país em que a expectativa de vida delas nao chega aos 42 anos, dada a violência e falta de direitos civis.

duas coisas me chamaram a atencao no texto de samy: uma é que, desde a invasao americana (e consequente enfraquecimento do taleban), muitas mulheres trocaram a burca pelo hijab (a burca cobre o corpo inteiro, só deixa os olhos à mostra, enquanto o hijab é aquele lenco que cobre os cabelos). essa movimentacao mostra, na minha opiniao, que é balela aquela merda antropológica de que a burca é apenas uma manifestacao cultural/religiosa e que as mulheres aceitam usá-la. tanto é balela que, na primeira chance que tiveram, essas mulheres aboliram o seu uso. é a mesma merda de dizer que a castracao feminina, comum em vários países da áfrica, nao deve ser criminalizada, porque é cultural.

outra coisa, que nao tenho conhecimento suficiente pra opinar mas vou fazer do mesmo jeito: todo mundo achou uó a invasao americana no afeganistao, mas agora que eles vao embora, o taleban volta, as mulheres (e outros grupos sociais também, claro, como os homossexuais e as minorias religiosas) voltam a ser tratadas como lixo. nossa rejeicao à invasao americana foi tao irrestrita e impensada mas, agora, sem eles, os (relativos) avancos na sociedade afega correm risco. mas, como falei, nao sou nem um pouco especialista em direito internacional e minhas opinioes imbecis sobre isso vêm meramente dos filmes de michael moore e do jornal nacional.

ia ficar feliz se vocês lessem o texto do samy, é muito educativo.