eu tiro meu livro da bolsa inflamada de orgulho e de vergonha. queria que todo mundo soubesse a preciosidade ali nas minhas mãos, crônicas de clarice lispector, essa mulher, queria que as pessoas soubessem que estou ali abismada com a metafísica de um ovomaltine, meu deus, alguém percebeu o paradoxo do ovomaltine. queria que o mundo soubesse que estou ali usando meu cérebro e que não é fácil. mas mais do que isso, quero que todo o vagão saiba que quem lê clarice lispector: eu.
mas estou apenas com um livro de capa verde-água na mão, numa fonte horrorosa e uma ilustração ainda pior, e toda a gente ali deve achar que se trata de auto-ajuda.
desembarco e a vida é isso.
Tuesday, November 13, 2012
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2 comments:
Claricinha... Não consigo nem ler o nome dela sem sentir o maior carinho do mundo.
A leitura dela é tão intima, que ás vezes até esqueço que nunca a conheci.
Adorei sua escrita simples, linda e rápida, sem maiúsculas.
Beijo!
e eu queria que todo mundo conhecesse você :) tão maravilinda <3
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