alguma coisa no mundo aconteceu ano passado e eu fiquei obcecada com o corpo como matéria-prima.
nunca contei aqui, mas ano passado ganhei a vida trabalhando como modelo-vivo em aulas de arte. ganhei uma grana boa e o mais encantador nesse trabalho era, além de receber aulas de pintura, desenho e história da arte de graça, era ter a oportunidade mára de ganhar dinheiro pra ficar duas horas quieta pensando. @profissãodossonhos
esses meses tendo meu corpo como ferramenta de trabalho me fez querer investigá-lo melhor, suas funções, suas utilizações, o corpo como ferramenta. coincidentemente ou não, meus melhores amigos estavam se ocupando disso; as melhores expos que visitei, filmes que vi e artistas que conheci estavam ocupados disso.
ricardo lançou seu primeiro livro em alemão que, para minha enorme surpresa, se chama "corpo: um manual".
catarina veio a alemanha diversas vezes se apresentar e eu acompanhei seu processo de criação muito de perto.
mergulhei em marina abramovic (todo mundo achou que não gosto dela por causa do post-desabafo, mas o post foi exatamente por amá-la a respeitá-la profundamente como artista), vito acconci, jean genet. li phillip roth em "homem comum", que fala da decadência do corpo (brigada, claris).
descobri bruce nauman.
descobri bruce nauman.
descobri bruce nauman.
descobri bruce nauman.
e fiz jejuns, andei descalça na neve, dormi de aquecedor desligado, frequentei as áres de nudismo de todos os parques de berlim, de munique, do litoral português. parei de comer carne e passei boa parte de 2012 pelada (e por conseguinte resfriada haha porém plena e bem mais saudável na mente).
fiz todo um quiprocó, uma preparação do caraças, toda uma novela me ocupando da minha presença física e da dos outros, pois tinha decidido: meu TCC é sobre corpo e trabalho: o corpo como capital.
estava procurando no lugar errado e na metáfora equivocada a raiz de uma inquietação que vem de outro lugar. deu errado, claro. mas não vou contar agora, vou contar depois.
5 comments:
força, lindeza.
e depois, conta.
<3
bruce nauman vale o entusiasmo
Adoro esses suspenses. Cara, ando passando um tempo pensando nessas presenças parcias da vida, e como somos pedaços em boa parte do tempo, e a dificuldade de estar inteiro num momento. Ah,isso de tirar uma graninha sendo modelo é o emprego dos sonhos,indeed.
um@ leitorinh@
virei vegetariana em Berlim também :)
no momento, só estudo o corpo em forma de: pornografia hahah
bjs
debas
Primeira vez que leio seu blog. Sinto que lerei outras. Ler esse post foi como estar diante de um amigo que não via ha um tempo, me contando quem é, quem se tornou. Gostei mesmo, dessa verdade nos dedos. Cordial (mas não tão protocolar) abraço!
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