Thursday, June 06, 2013

al-fêmea convoca: estatuto de proteção às brasileiras!

queridas leitoras, seguinte: o estatuto do nascituro foi aprovado na comissão de finanças. agora, terá que passar pelo crivo da comissão de justiça no plenário. não é preciso dizer que no país de feliciânus, de dilma calada, de índios levando tiro e de michelle collins, essa porra desse estatuto vai ser aprovado.

o bom da aprovação desse negócio é que ele mostra ao brasil como o país vê suas mulheres. somos cidadãos de segunda classe, relegados ao que sobra ou ao que dá.

um óvulo fecundado (ou seja, um conjunto de células) não pode ser mais importante que uma pessoa. como obama bem disse, são na grande maioria homens tomando decisões sobre o corpo e a saúde de cidadãs.

se bem que, se houvesse um plebiscito pra saber se se deve legalizar o aborto, o povo ia votar que não. mas o papel de um estado democrático (E LAICO) é representar e proteger não somente a maioria, mas as minorias também. os números de abortos feitos por ano (e de mortes causadas por intervenções improvisadas) mostram que ser contra o aborto não impede as mulheres de fazerem um, quando o drama de uma gravidez indesejada é sentido na própria pele.

eu não vou hoje falar sobre legalizar o aborto, eu quero me concentrar na violência que esse estatuto representa à vida, à liberdade, à felicidade, à integridade, ao corpo das cidadãs brasileiras. o estatuto responsabiliza (e consequentemente condena) a mulher a arcar com as consequências de uma violência cometida contra ela, ou a condena a arriscar a própria vida em nome de uma outra, que ainda não é pessoa, ferindo claramente a declaração universal de direitos humanos, que estabelece: "toda PESSOA tem direito à vida".

eu peço gentilmente às minhas leitorinhas (e inhos) que se posicionem, fale sobre isso na mesa de bar e no facebook, mostrem às suas comunidades que, sendo você a favor ou contra o aborto, você é a favor do respeito ao corpo e à integridade das mulheres. enfim, você é a favor das mulheres. sei lá, acho que é isso.

pra saber mais:
1. post bem explicativo da clara averbuck
2. post mais detalhado da lola
3. e todo o estatuto.



4 comments:

L. said...

Oi, Ivi
Muito, muito importante esse debate. só queria deixar mais um link para fomentar a discussão, sobre como o projeto não só é eticamente indefensável, como juridicamente errado, tbm.

http://www.viomundo.com.br/denuncias/campinho-estuprador-tera-nome-na-certidao-de-nascimento-como-pai.html

Beijos


Juliana Alves said...

postei tb.
beijos.
http://azaroseuquerida.com/2013/06/06/sobre-o-estatuto-do-nascituro/

Jana Zen said...

Aqui, a petição online do Avaaz...assinem!

http://www.avaaz.org/po/petition/Diga_NAO_ao_Estatuto_do_Nascituro_PL_4782007/

Tassia said...

Vim aqui falar bem disso, imaginei que já tivesse lido a respeito, Ivi. Juro, ler sobre esse estatuto me deu calafrios. Eu juro que não entendo gente que acha que a mulher deve "arcar com as consequências" quando engravida indesejadamente. Tenho uma prima que engravidou aos 14 anos. Dai o comentário na familia era "ué, ela não fez? agora que assuma", como se ter um filho fosse o castigo por ela ter sido irresponsável (como grande parte das meninas de 14 anos são, são só meninas!) por alguns minutos.

Então agora além de culpar a vítima quando é estuprada, ela vai ter também que arrastar as consequências pra vida toda, da forma mais torturante possível, caso engravide.

Juro, dá um pavor de pensar nessas coisas, e no quanto as pessoas são egoístas quando falam sobre aborto. Deus proteja que eu nunca me torne diretamente vítima de todo esse sistema absurdo que só fere as mulheres.

Me sinto vivendo há pelos menos um século atrás.