Monday, July 08, 2013

morte e vida do meu projeto de conclusão de curso, parte 6

procurando as referências do meu projeto, fui à 25books (uma livraria dedicada apenas e apenas à fotografia, muito boa) esses dias e perguntei pro dono: "o senhor tem aí algum livro dedicado a HIV/Aids" para o que ele respondeu: "não, mas tenho sobre prostituição".

eu fiquei frustrada, porque série sobre prostituição não me ajuda em nada, mas achei interessantíssimo que a reação dele, tão espontânea, reflete muito do que se pensa, ou se como se pensa HIV/Aids. a primeira associação é com sexo, e com sexo "sujo".

o único trabalho que conheço - e de que gosto - é aids em odessa, de andrea diefenbach. semana retrasada ela deu um seminário pra minha classe. contei pra ela a história da 25books e perguntei pra ela se ela tinha algum trabalho pra me indicar, e ela, depois de pensar um bocado, disse que conhecia apenas a série de nicholas nixon, people with aids.

(e quando me refiro a algum trabalho fotográfico que se dedique ao tema, não me refiro as fotos que usam no jornal, não me refiro nem a hard news nem a série de retratos de pessoas vivendo com HIV em NY, nem em Johannesburgo, mas sim a um ensaio fotográfico, uma pesquisa estética em fotografia).

tem a série de darcy padilla, the julie project, que é estupenda, mas não é sobre viver com HIV (muito embora a julie fosse positiva; não sei se dá pra entender o que quero dizer).

então estou aqui fazendo uma coletânea bem gaga de abordagens e histórias que me inspiram, jeitos de contar uma coisa que seja pelas beiras, e não pelo meio. eu gosto muito de einer, de fred huening. pode-se dizer que a série é sobre o aborto natural que sua mulher teve, mas o jeito que ele contou fez com que, no fim das contas, a história ficasse muito mais universal, deixando de ser sobre um drama pessoal e passando a ser uma fábula sobre perda e morte.

fiquei fascinada por essa abordagem e - lucky me! - fred foi aluno da minha professora orientadora.

outras referências mais avulsas são o retratos de lina scheynius - aos quais sempre volto, quando quero inserir banalidade nas minhas fotos - e as investigações sobre o corpo de jocelyn lee, que acho sempre certeiras, sempre misteriosas.

e por fim, encontrei uma foto de um cara que detesto, alex prager, mas achei a imagem a cara da manuela (que tenho fotografado uma vez por mês) e quis guardar.









para ler a parte 5.
para ler a parte 4.
para ler a parte 3.
para ler a parte 2.
para ler a parte 1.

1 comment:

Alex Girão said...

Bem amore, mais uma vez eu aqui a falar. Aquela de Lisboa, fã, transexual e soro positiva! Sorte no seu trabalho e eu acompanho atenta!