Tuesday, April 01, 2014

minha fotógrafa preferida: virginia woolf

na reta final da edição de polaróides eu estava lendo mrs. dalloway. é impressionante como o momento da pessoa faz com que o livro se torne a história do leitor (muito embora fran lebowitz esculache esse tipo de leitor eu nessa entrevista). meu os irmão karamázov está completamente grifado tendo em vista que, na época, meu coração estava sendo partido por um militante do movimento estudantil no primeiro ano de faculdade. sim, ninguém é forte.

encontrei várias fotografias em mrs. dalloway, e por isso rabisquei o livro inteiro. aí vai minha exposição, todas paisagens, mas tem um retrato:


"não havia ninguém".


"assim era quando um esforço, uma convocação para ser ela mesma, juntava suas partes, só ela sabia o quão diversas, o quão incompatíveis, e as arranjava para o mundo em torno de um único centro,".


"o silêncio desce sobre londres; e desce sobre o espírito".


"ela pega a marmelada; ela a guarda no armário".


"ligeiramente ondulantes por causa das lágrimas, a alameda, a babá, o homem de cinza, o carrinho de bebê (...)".


"o poder de agarrar a experiência, de examiná-la por todos os lados, lentamente, sob a luz".


"mas há marés no corpo".


"não conseguia pensar, nem escrever, tampouco tocar piano. confundia armênios e turcos; adorava o sucesso; odiava o desconforto; necessitava ser apreciada; conversava bobagens sem fim; e até hoje, se lhe perguntassem onde ficava o equador, não saberia dizer".


"com toda essa suntuosidade ao redor, que esperança restava de um mundo melhor?"


"a privacidade da alma".


"uma enguia arrogante".


"ora ela colocava a tesoura sobre a mesa;"


"esse é o privilégio da solidão; na intimidade, pode-se fazer o que quiser"


"a carta de clarissa que não voltaria a ler, mas na qual era bom pensar".


"muita gente se incomodava mais com o calor do que com o frio"


"ali estava ela".



polaróides - e negativos das mesmas imagens está a venda por R$ 7 no site da editora cesárea e pode ser lido em qualquer plataforma (não precisa de fucking tablet!).

4 comments:

ChrisAlcântara said...

Oi, sou designer e gostei do seu trabalho. Acabei de divulgar em minha fanpage e FB. Parabéns!

vodca barata said...

oi chris! brigada, mulher, vou ver se te encontro no fb.

um beijão e brigada pela divulgação espontânea!

Barbara said...

ivi, põe no teu álbum de fotos as fotografias minhas que estavam com clarissa. são retratos velhos já, de quatro anos atrás.

"Since she was so unhappy, for weeks and weeks now, Rezia had given meanings to things that happened, almost felt sometimes that she must stop people in the street, if they looked good, kind people, just to say to them 'I am unhappy'."

"(for in some ways no one understood him, felt him, as Clarissa did) - their exquisite intimacy."

"How much she wanted it - that people should look pleased as she came in, Clarissa thought, and turned and walked back towards Bond Street, annoyed because it was silly to have other reasons for doing thing."

"he is taken by surprise with moments of extraordinary exaltation. Nothing exists outside us except a state of mind, he thinks; a desire for solace, for belief, for something outside these miserable pigmies, these feeble, these ugly, these craven men and women."

"Death was defiance. Death was an attempt to communicate, people feeling that impossibility of reaching the centre which, mystically, evaded them; closeness drew apart; rapture faded; one was alone. There was an embrace in death."

vodca barata said...

pronto, taí! a gente faz uma sala especia só pra elas <3