"como esse país não tem memória, o que ficou na cabeça dos brasileiros foi a luta dos jornais pelo fim da ditadura e a abertura democrática" mas, como a própria maria helena capelato explica antes de dizer esse dizer, os jornais só passaram a se posicionar contra os militares quando eles começaram a perder os privilégios que tinham ou sequer ganharam os que achavam que ia ganhar (exatamente por terem, anteriormente, apoiado o golpe).
aí vem outra coisa crucial: o único jornal que não retirou seu apoio ao governo militar foi - adivinha - o globo.
vale a pena ver todas essa entrevista, eu aprendi muito.
{}
capa do estadão um dia depois do golpe de 64
"vitorioso o movimento democrático"
DEMOCRÁTICO, GENTCH!
"vitorioso o movimento democrático"
DEMOCRÁTICO, GENTCH!
de mo crá ti co
yes
e esse artigo de luiz carlos pinto, no mesmo site, que se chama "fim de ciclo", sobre o jornalismo brasileiro nos tempos atuais. pinto aponta para algumas questões importantes e o que me chamou a atenção foi o novo papel do judiciário, que desempenharia um papel fundamental num novo tipo de golpe, que não mais se daria com tanques na rua.
As referências ao último período de exceção ainda estão muito evidentes e claras no Brasil – na estrutura herdada da Polícia Militar, na opção pelo transporte rodoviário, na entrada canhestra, tutelada e sem soberania nas lógicas do capitalismo monopólico, no maior oligopólio das comunicações do mundo. E também na densa articulação dos personagens que tornaram aqueles 21 anos possível: os maiores grupos de comunicação comercial, uma certa sociedade civil organizada (financistas, comerciantes, industriais) e os setores mais conservadores das forças armadas montaram uma megaestrutura formadora de opinião pública, cara e bem articulada.
Mas eles não contavam com o Judiciário. O Golpe civil, midiático e militar de 1964 não contava com o Judiciário como front nem como elemento de suspensão da ordem democrática e de formação da opinião pública. Esse talvez seja o principal elemento da ação em curso no Brasil de 2015/2016.
e mais pra frente:
Para que o golpe de 1964 fosse possível, foi necessário o trabalho árduo e contínuo de dois think tanks financiados com capital norte-americano e tocados por uma aliança virtuosa e criativa entre certa sociedade civil e militares.
{}
na página que respeito demais jornalistas livres, tem um texto sobre a morte e vida em nada severina da lava jato, chamado "a lava jato está morta" hahaha é um textaço.
esse parágrafo, por ex., bastante simples, me pegou:
(...) o objetivo seria não o combate à corrupção mas sim a detenção de Lula?
(...) Vamos repetir: por dois anos, 24 meses, 730 dias, 17.520 horas de trabalho ininterrupto, exaustivo, intenso, uma multidão de promotores, investigadores, analistas e técnicos trabalhou para obter uma prova. Tudo foi vasculhado, revirado, esquadrinhado. Cada milímetro do mundo real e cada pixel do mundo virtual. Nada foi encontrado. Ou melhor, foi encontrado um pedalinho, um barco, e talvez alguma outra quinquilharia. E agora?
não é que lula seja culpado ou inocente - o problema é quando a motivação da investigação (para saber se ele é mesmo culpado) é mais questionada e mais questionável do que o crime que quer investigar. e quem diz isso não sou eu, feminazi maconheira abortista comunista vaipracuba de esquerda, e sim marco aurélio de mello, ministro do STF, que disse pra coluna da monica bergamo que “quando se potencializa o objetivo a ser alcançado em detrimento da lei, se para para o justiçamento". pois bem...
outro trecho ótimo:
Os promotores da Lava Jato, tentando reagir à unânime reprovação ao procedimento de condução coercitiva, acabaram por lançar uma nota infeliz, em que o debate público foi desqualificado como sendo “falsa controvérsia”, destinada apenas a lançar “uma cortina de fumaça sobre os fatos investigados”. Ou seja, chegamos a um ponto tal em que exercer o direito de pensar e opinar se tornou ofensa à Lava Jato. Direitos garantidos na Constituição, não esqueçamos.
falsa controvérsia HAHAHAH QUE BOSTA
muito bom esse texto. leiam todo, plis!
{}
aqui no elpais tem alguns detalhes da vida nababesca de eduardo cunhão e sua mulher, a "dona de casa" claudia cruz, mais a filha daniele, e eu copiei e colei aqui apenas a citação direta do que foi apontado como gasto da família cunha, e ficou essa poesia concreta:
Cunha gastou 42.258 dólares. O salário de Cunha em 2012 era de 17.794 reais por mês. há uma fatura de mais de 23.000 dólares. restaurantes de luxo, 6.000 reais. superou os 1.000 dólares. 2.327 dólares na loja Saks Fifth Avenue. 3.803 dólares na Salvatore Ferragamo. na Giorgio Armani (1.595 dólares) ou na Ermenegildo Zegna (3.531 dólares). voltava a gastar na Salvatore Ferragamo mais 1.175 dólares, 909 dólares na loja da Apple Store e 1.668 no restaurante francês Daniel. hotel no Hilton, 2.761 dólares. 10.000 dólares em hospedagem em três hotéis diferentes. Paris, 2.500 dólares em um restaurante; em Barcelona, 3.572 dólares em um hotel; Rússia, uma conta de um restaurante de 3.000 dólares. 5.400 dólares na loja de Chanel em Nova York; 730 dólares em um bar de Veneza; quase 6.000 dólares em Dubai. fevereiro de 2015 os extratos de Cunha somam 31.800 dólares. 7.700 dólares na loja de Chanel em Paris; mais de 4.000 dólares na loja Charvet Place Vendome; 2.646 dólares em Christian Dior e quase 3.000 dólares na loja de Balenciaga. 4.500 dólares em artigos da Prada, 3.536 dólares na Louis Vuitton de Lisboa e mais 3.799 na loja de Chanel em Dubai. cartão de Claudia somam 14.700 dólares. A filha de Cunha gastou mais de 42.00 dólares em lojas de luxo entre dezembro de 2012 e abril de 2014.
No comments:
Post a Comment