Thursday, June 22, 2017

para italo, no seu aniversário, um poema cheio de rimas pobres


não sei o quanto pesa o destino
mas prefiro acreditar que tu aparecesse
para me apresentar à coragem

para me aproximar de coisas que eu devia
há tanto ter começado finalizado
ou dito

te usar não como desculpa
e sim como gatilho
para silêncios melhores
e mais incômodos
para mais fogos, mais artifícios

te celebrar
hoje
já que és o último terrorista
com tua capacidade infinita
de encantamento

celebro hoje todos teus abismos
(que não são poucos)

teu nome hoje é dito no umbral
pois não tendo empleo fijo podemos
virar mil noites juntos
pois o que me interessa é te olhar
te ouvir e me sentar nos parques
para te leer ou leer
contigo te dizer "feliz aniversário"
mas em vez de oferecer-te
fazer de ti el regalito
tornando-me eu mesma
en contrario
um igual
teu menino
teu amigo


Wednesday, June 14, 2017

o presente do terremoto


teu pénis
meu pão tão cedo

maria teresa horta



teu corpo
que não domino 
tu tão homem tão velho 
(pra mim)

teus pêlos 
cor de caramelo 
fazendo cócega no meu nariz
antes que eu pegue no sono

te acordo porque
me acordo com medo
pensando
meu deus e se eu perder o controle

te olho 
porque tu és tão bonito
e és tão velho 

tu tua velhice
e teu tamanho
gostam de mim
e eu não sei o que fazer
quando não sou eu que
mando

daqui de onde
te olho vejo deus
a um banquinho
de distância

desapareço nos teus hectares
tuas mãos de adam smith 
por toda parte 
hoje cedo com elas na minha
nuca me dissesse
o presente do terremoto
menina (ele disse menina sendo que eu tenho mil anos!)
é perder o medo das ruínas