Wednesday, June 14, 2017

o presente do terremoto


teu pénis
meu pão tão cedo

maria teresa horta



teu corpo
que não domino 
tu tão homem tão velho 
(pra mim)

teus pêlos 
cor de caramelo 
fazendo cócega no meu nariz
antes que eu pegue no sono

te acordo porque
me acordo com medo
pensando
meu deus e se eu perder o controle

te olho 
porque tu és tão bonito
e és tão velho 

tu tua velhice
e teu tamanho
gostam de mim
e eu não sei o que fazer
quando não sou eu que
mando

daqui de onde
te olho vejo deus
a um banquinho
de distância

desapareço nos teus hectares
tuas mãos de adam smith 
por toda parte 
hoje cedo com elas na minha
nuca me dissesse
o presente do terremoto
menina (ele disse menina sendo que eu tenho mil anos!)
é perder o medo das ruínas


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