eu sempre tive um breve abuso de annie leibovitz por achar que ela retrocedeu na vida - começou como fotógrafa da rolling stone e "terminou" (entre aspas porque ela ainda não se aposentou, né) clicando nicole kidman de cera para a vanity fair. mas muito do meu abuso diminuiu depois que eu vi o documentário sobre ela.
um passo para trás: em muitas das intermináveis conversas que tive com armin, às vezes eu emitia uma opinião muito natural e ele respondia: this is prejudice. e muitas vezes eu me vi forçada a rever coisas sobre as quais eu sequer havia pensado antes de pensar.
então na terça eu fui ver a exposição de annie leibovitz, a primeira coisa que fiz quando cheguei em madrid, aliás. y bueno, eu tive uma pequena catarse lá.
eu realmente continuo não gostando dos retratos dos pessoal de hollywood que annie faz. mas suas fotos de família, e especialmente e PRINCIPALMENTE as fotos que fez de susan sontag (com quem ela namorou duzentos anos) são tão lindas. esses cliques têm um frescor absurdo, são de uma honestidade tão simples... eu fiquei com lágrimas nos olhos em muitos momentos. annie conseguiu deixar até susan sontag sensual. e o registro de sua morte, a passagem, a transição, a despedida... eu levei mais de duas horas para ver tudo, porque em alguns momentos tinha que dar um tempo olhando para alguma parede branca, para o coração se acalmar.
outra coisa muito boa da expo é que as legendas vêm com comentários da própria annie, e duas coisas que ela fala eu gostei muito e anotei pra comentar com vocês:
"photography takes a new meaning after someone dies" -» tenho pensado muito sobre isso desde então e cheguei a seis mil conclusões hahaha alguém pode dar um pitaco, por favor?
"i know i have to be more involved, to interact more, but i love just to look at them" - aqui ela fala sobre a forma como avedon dirigia seus fotografados, sobre como ela nãp dirige seus fotografados e sobre como ama ficar só olhando suas filhas. eu amei essa frase porque é exatamente assim que me sinto com meninos bonitos - eu prefiro olhar para eles do que interagir e fotografá-los!
enfim, foi uma das experiências mais intensas aqui no velho continente. eu amo como ela consegue encontrar similaridades nos traços de willie nelson e de louise bourgeois. e AMO MUITO o retrato que ela fez de cindy sherman - para mim, essa foi a melhor idéia, a mais genial, a melhor solução para retratar alguém ever.
Thursday, July 23, 2009
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9 comments:
dear ivo,
a respeito da morte e a fotografia, não sei se você conhece o livro "a câmara clara" do roland barthes, mas ele tem uma relação bem particular entre essas duas coisas. não só fala das fotos de pessoas que morreram (como a mãe dele) mas também diz que a própria foto é uma morte, a morte de um momento. se voltar a lisboa, tente achar a versão portuguesa, que é linda e necessária. beijos e boas viagens.
gui.
Você está uma inspiração, Ivi!
Ivi, aproveita..sozinha da para colocar muita coisa no eixo.
Um fotinha! Queria ver muito!
é exatamente assim que me sinto com meninos bonitos - eu prefiro olhar para eles do que interagir e fotografá-los! [2]
Talvez, ela quis dizer que com a morte da pessoa, a única coisa que sobra é aquele instante que está fotografado? Afe, tô amando demais esses relatos da sua viagem. Aproveite muito!!!!!
Só posso dizer q estou amando seu blog e sua trajetória q acompanho post a post!
Cada dia aprendendo um pco mais por aqui!
Continuo acompanhando e adorando!
Ah! About bilhetes aéreos baratuxos, já viu na vueling.com? òtimos preços lá Ivi.bj
Ivi, me leva pra Europa!
ivi,
acredito que você tenha pouco tempo pra ler esses comments. por isso vou tentar ser bem rápida embora a minha vontade é te contar como cheguei aqui e porque aqui permaneço. enfim, sou uma leitora super assídua do blog faz tempo, sempre dei mta risada mas não via motivos de sair do anonimato (simplesmente porque não tinha comentários bacanas pra fazer).
mas chegou a hora de escrever porque eu to achando suas histórias da sua viagem tão lindas, que me parecem um livro muito interessante, muito bonito. e o que mais me impressiona, confesso, são suas eternas reflexões sobre a solidão. e daí saem coisas mais lindas ainda.
e vai dando uma vontade absurda de sair daqui e encarar o mundo assim, como você.
mas por eqnto, continuarei te acompanhando.
beijo
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