semana passada fui ao neues museum olhar a coleção deles de papiro. queria ver como as pessoas contavam histórias tão imagéticas (as histórias dos deuses, do mundo, dos mortos) sem ter nenhum aparato de captura de imagem e, mais improtante que isso, tendo uma cultura de imagem completamente distinta.
deixa estar que ao chegar lá, mais do que a coleção de papiro, o que me pegou foram os diários (que depois virariam livros) dos viajantes europeus e seus relatórios sobre as expedições arqueológicas no egito antigo, síria etc., a partir do século 18.
a forma como esses exploradores organizavam suas descobertas - tanto impressão pessoal como a parte acadêmica - era fenomenal, um misto de catalogação e fantasia para falar de algo que eles estão vendo, mas não entendem porra nenhuma.
e foi isso que vivi em recife: estava vendo aquilo, e não estava entendendo nada.
então estava decidida de que ia ser assim que ia contar minha história. de um jeito bem cínico, contar minhas impressões sobre aquela localidade (que foi recife, mas podia ser qualquer uma), como se eu estivesse descolada daquilo tudo, como se eu fosse uma expedicionária, descolada no tempo e espaço.
com isso na cabeça, terminei hoje o primeiro dummy do meu tcc. amanhã vou scanear e mostrar.
primeira página dos textos no diário de lepsius
capa, folha de rosto e imagens da página 441 de
richard pococke, beschreibung des morgenlandes
und einiger anderer laender, 1754
de giovanni battista belzoni,
em publicação de 1820
berlim 1803
o único problema é, quando tava no meio deste dummy (vamos chamá-lo de dummy01), tive outra ideia pra contar a história, completamente diferente. mas completamente. aí vou ter que começar de novo. não um novo tema, não não, apenas uma nova abordagem pro mesmo trabalho.
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