A fúria das rolas
Lá vão elas
Pingando sobre os pratos do café-da-manhã,
Como se fossem anjos
com uma asa triste
Animal triste,
Sendo que ainda ontem
Lá estavam elas
Dedilhando o violão.
Mais uma vez a luz do dia vem
Com seu sol imenso,
Com seus caminhões,
Suas amputações.
Considerando que ontem à noite
A rola sabia o caminho de casa,
Dura como um martelo,
Batendo em todos
Com sua força terrível.
Que teatro.
Hoje ela está calma,
Um pássaro pequeno,
Macia como a mão de um bebê.
A mulher é a casa.
O homem é a torre da igreja.
Quando eles fodem eles são Deus.
Quando eles se separam, eles são Deus.
Quando roncam, são Deus.
De manhã passam manteiga na torrada.
Eles não dizem muito.
Eles ainda são Deus.
Todos as rolas do mundo são Deus,
Brotando, brotando, brotando
No sangue doce da mulher.
essa tradução roleira foi feita para o zine mais pornô, por favor!, editado por moá e ismar tirelli neto e lançado em dezembro de 2016 no museu do tubarão (att. aslan cabral, #amamos), em recife.
segunda edição do zine tá no forno. mais detalhes soon.