assim, para essa edição, queria poemas que falassem de buceta, mas que passassem longe da heteronormativade (tantas vezes tóxica e auto-celebratória) da poesia de buteco. convidei então carol morais, carol almeida e priscilla campos que, entre outras mil coisas foda que elas fazem, organizam o #leiamulheres recife.
capa com ilustração foda de giovana rosetti
e releitura de carol morais pro poema de stein.
editorial de carol almeida.
o ziné é numerado and costurado a mão
editorial de carol almeida.
o ziné é numerado and costurado a mão
por esta tabacuda que vos escreve
no decorrer do trabalho de pesquisa, pela nossa dificuldade de encontrar e consequente falta de material de autoras não-sudestinas na nossa seleção, decidimos fazer uma chamada aberta no facebook, convidando autoras do não-sudeste a enviarem seus textos. vale aliás notar que, durante nossa pesquisa, os (poucos) artigos/textos/posts dedicados à poesia lésbica brasileira que encontramos se focavam quase que exclusivamente em poetas brancas, urbanas e do sudeste brasileiro.
em cinco dias, recebemos textos de autoras de 13 estados. durante a seleção final, nossa preocupação – além, óbvio, da qualidade dos poemas – era a representatividade, tentando balancear a quantidade de autoras não-brancas e de fora das capitais.
assim, chegamos a 10 poetas brancas, 7 negras e uma asiática (ainda não é o ideal, mas prometemos não descansar e dobrar a meta*).
entre as brasileiras, 7 são de capitais e 6 de não-capitais. no que tange distribuição por estado, tentamos não reproduzir a lógica recifilista-pernambucocentrista do manifesto regionalista de '26 hahaha e semi-conseguimos: das 14 poetas brasileiras, 2 poetas são pernambucanas, mas mais as 4 editoras e uma co-tradutora (amanda guimarães), ficamos com 6 pernambucanas no zine. foi mal. além disso temos: 1 autora baiana, duas cearenses, 2 de são paulo, uma do rio, uma de minas, uma do pará, 2 do mato grosso, uma do maranhão e do espiríto santo temos uma poeta e a ilustradora da capa, giovanna rosetti.
para dar conta de tanta maravilhosidade que encontramos brasil and mundo afora, aumentamos o zine em 4 páginas, e agora em vez de 16 o MPPF! passa a ter 20 páginas. clica aqui pra ler a bio de todas as poetas dessa edição.
quanto às traduções: a seleção foi feita por carol morais, com algum pitaco meu (soror juana e maiara + maraisa). como a cena sapatânica norte-americana é muito ativa e bem auto-organizada, encontramos uma bibliografia poderosa sobre poesia lésbica nos EUA e fomos nos apaixonando pelo material encontrado. no fim, quando notamos que praticamente toda a parte de tradução estava dedicada à poetas dos EUA, priorizamos então as autoras não-caucasianas, deixando por isso grandes sapatães que amamos (como adrienne rich, eileen myles, elizabeth bishop, gertrude stein, emily dickinson etc.), de fora. tentamos assim dar espaço a poetas lésbicas não-brancas que não conhecíamos: pat parker, cheryl clarke e merle woo. ainda consideramos os trabalhos de wu tsao (japão), staceyann chin (jamaica) e cristina peri rossi (uruguai), além das brasileiras ângela ro-ro, angélica freitas e ana cristina césar.
para encomendar o zine que custa R$3 + FRETE
(a calcular). como o envio da alemanha é caríssimo,
a ideia é que um grupinho de eventuais interessados
que estejam na mesma cidade dividam o frete.
se interessar, manda email pra vodcabarata@gmail.com
se interessar, manda email pra vodcabarata@gmail.com
*queremos nos manter bafônicas e bufônicas, mas também prometemos nos manter atentxs a essas questões de representatividade. é difícil demais não cair na gostosa tentação de só publicar nossxs amigxs (ou seja, nossxs iguais; ou seja, brancosurbanoscisdeclassemédia), mas vamos ficar atentxs pra isso. prometemos também ampliar nossa pesquisa para uma abordagem não-binária de gênero - uma edição só com poesia de autores trans* já está em andamento e sai em maio, depois da edição de abril especial traduções, que será editada por nina rizzi, guilherme g. flores e sergio maciel (aka escamandro).
na verdade, a gente espera que chegue um dia em que um zine como esse não precise ser político, possa ser apenas divertido. mas por enquanto é impossível. então vamos à luta - sem perder a vontade de transar jamais (e apesar de tudo).
#foratemer,
adelaide, CEO
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