aqui dando f5 no email, esperando pra ver se armin aceitou minha proposta, de fotografar o pós-operatório de uma cirurgia que ele vai ter que fazer.
é ao mesmo tempo uma bêncao e uma desgraca ser esteticamente dependente da beleza alheia, e mais ainda se o dono da beleza for alguém com quem você compartilha uma carga emocional equivalente a um mamute.
eu tive uma sorte ambígua na vida.
meus namorados (os importantes, ou seja, os que foram exaustivamente fotografados) sao todos bonitos. as fotos sao bonitas por causa deles. e todos eles eram/sao vaidosos o suficiente pra se deixarem clicar.
mas por um motivo misterioso, talvez essa coisa esquisita da "manutencao da privacidade", todos eles eram resistentes - nao em ser fotografados (isso todo mundo adora, disse meu professor thomas sandberg, e eu concordo), mas em terem suas fotos mostradas. menos armin.
mas a proximidade da morte ou da falência do corpo nao é exatamente uma coisa que se queira guardar de lembranca. nenhum macho normal gostaria que fosse mostrado que ele é falível, que tem creca, que faz cirurgia, que desaba, que pode morrer, que pode ficar manco. e é por isso que ele vai dizer nao dessa vez.
eu queria saber como é ver o homem mais importante da sua vida convalescendo mas em vez de cuidar, fotografar, bem alheia, bem presente.
o marido que eu quero pra mim é exatamente igual ao de sally mann:
quem faz a foto é ele. que coisa mais linda.
Tuesday, March 29, 2011
Subscribe to:
Post Comments (Atom)
3 comments:
uma vez meu pai tava na cama de um hospital fazendo uma cirugia. ele é pequeno, menor que eu. mas sempre teve que ser meu pai, mais forte e inbatível. ver ele na maca delirando foi um soco na barriga. imagino como vai ser com um namorado, um home, um marido. teria que me proteger, porque eu sou retardada e acredito nisso. e se ele se machuca no meio do caminho? de verdade quem vai se machucar sou eu.
dá pânico
esse filme ´é mto interessante...
lindo!
Armin, diga sim!
Post a Comment