Saturday, December 19, 2015

sr. meu, de anne sexton

pedi pro poeta, capricorniano e querido amigo rafael mantovani para traduzir alguns dos seus poemas preferidos dos love poems, da nossa querida escorpiana anne sexton.

esse é o segundo dos três poemas que rafael traduziu pra gentch.



SR. MEU

Note como ele numerou as veias azuis
no meu peito. Tem dez sardas além disso.
Agora ele vira à esquerda. Agora à direita.
Está construindo uma cidade, uma cidade de carne.
Ele é um industrial. Passou fome em porões
e, senhoras e senhores, foi surrado por ferro,
pelo sangue, o metal, pelo triunfante
ferro da morte da mãe dele. Mas ele recomeça.
Agora me constrói. A cidade o consome.
Da glória das tábuas ele me ergueu.
Do milagre do concreto ele me moldou.
Me deu seiscentas placas de rua.
Da vez em que eu estava dançando ele construiu um museu.
Construiu dez quarteirões quando me virei na cama.
Construiu um viaduto quando eu fui embora.
Dei flores e ele construiu um aeroporto.
Distribuiu como semáforos pirulitos vermelhos e
verdes. Mas no coração sou cuidado crianças brincando.



MR. MINE

Notice how he has numbered the blue veins
in my breast. Moreover there are ten freckles.
Now he goes left. Now he goes right.
He is building a city, a city of flesh.
He's an industrialist. He has starved in cellars
and, ladies and gentlemen, he's been broken by iron,
by the blood, by the metal, by the triumphant
iron of his mother's death. But he begins again.
Now he constructs me. He is consumed by the city.
From the glory of words he has built me up.
From the wonder of concrete he has molded me.
He has given me six hundred street signs.
The time I was dancing he built a museum.
He built ten blocks when I moved on the bed.
He constructed an overpass when I left.
I gave him flowers and he built an airport.
For traffic lights he handed at red and green
lollipops. Yet in my heart I am go children slow.

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