#8
eu nunca vou pedir o teu amor, vou exigi-lo:
que tu me ame é meu direito e teu
dever e
ainda que por ele eu quase tenha
morrido,
eu sei que tu me adora – só tu não
sabe disso.
tu ainda acredita ser capaz de escapar
das algemas que meu desejo usa
para prender tua alma. meus braços
querem
te ninar e meus olhos procuram a tua
cara.
nenhum deus vai te salvar do meu amor
quando ele recair sobre ti, pegando
fogo.
e agora que tu afinal sai do escuro, e
essa brasa noturna em luz se
transforma,
eu quero então abrandar teu facho,
laboriosa.
Ich werde nie um Deine
Liebe bitten,
ich fordre sie, mein
Recht und Deine Pflicht.
Obwohl ich fast den Tod um Dich gelitten,
Obwohl ich fast den Tod um Dich gelitten,
weiß ich, Du liebst
mich, und Du weißt es nicht.
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Du glaubst noch zu
entrinnen aus den Ketten,
die Dir mein Sehnen um die Seele flicht.
Doch meine Arme warten, Dich zu betten,
und meine Augen suchen Dein Gesicht.
Kein Gott wird Dich vor meiner Liebe retten,
wenn sie in Flammen auf Dich niederbricht.
Du aber tritt nun endlich aus dem Schattenn
und wandle diese dunkle Glut in Licht,
dann will ich dienend Deiner Kraft ermatten.
die Dir mein Sehnen um die Seele flicht.
Doch meine Arme warten, Dich zu betten,
und meine Augen suchen Dein Gesicht.
Kein Gott wird Dich vor meiner Liebe retten,
wenn sie in Flammen auf Dich niederbricht.
Du aber tritt nun endlich aus dem Schattenn
und wandle diese dunkle Glut in Licht,
dann will ich dienend Deiner Kraft ermatten.
annemarie bostroem foi uma poeta,
dramaturga e tradutora alemã nascida em Leipzig, em 1922. ela morreu em 2015, com mil e duzentos anos, em berlim, onde morava desde 1944.
ela é praticamente uma desconhecida, mesmo tendo uma caralhada de livro vendido. descobri o terzinen des herzens (que é o livro que tem este poema, cujo título “traduzi” como Tercetos de amor) em maio deste ano, por
acaso, passeando com ewout, num sebo na wrangelstrasse. me custou um euro. o vendedor nunca tinha ouvido falar da muié, ninguém que eu perguntei depois tampouco conhecia.
o livro tem 38 poemas COMPLETAMENTE OBCECADOS RECIBÃO MERMO, e é dedicado ao primeiro marido dela, um boy famoso, friedrich Eeisenlohr (1889-1954), que era jornalista, dramaturgo, escritor e editor. como ele era bem mais velho e bem mais famoso que ela, annemarie era "conhecida" (nem isso) como a marida de eisenlohr, coisa que frequentemente acontece com mulheres de homis famosos, não ou pouco importando o quão incríveis elas sejam.
o
livro foi lançado em 1947 pela Rupert-Verlag e rejeitado
ideologicamente dentro da zona de ocupação soviética na alemanha
oriental, por ser considerado apolítico e erótico – sem no
entanto ter sua publicação censurada.
já em 1975 (portanto 14 anos após a construção do muro de berlim) terzinen des herzens foi completamente censurado pelo regime da RDA, só voltando a ser editado nos anos seguintes. mesmo com todo backlash, ele teve 100 mil cópias vendidas.
para esta tradução usei a edição que encontrei no sebo, de 1951, da Insel Verlag. mais três traduções inéditas deste livro vão sair em breve na próxima edição da revista parênteses (obrigada, lubi!).
queria dedicar essa tradução ao meu pobre namorado, que mal sabe onde se meteu.
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