essa semana a postagem vai ser mais longa, porque tava de férias, e um pouco auto-centrada, porque enquanto estive de férias trabalhei que só a porra haha e quero me amostrar (até porque tenho que manter a fama de egocêntrica, né mores).
foi foda mas o mais importante é que vocês conheçam e apoiem o projeto anarcobucetalista da grande aida suárez gutierrez, dona da livraria e uma das organizadoras do festival feminista do porto! sério, que mulher foda.
meus filhos carlos e mafalda e eu rindo
porque uma mamãe sempre fica feliz perto da família
casa cheia
vitor teves um dos poetas do zine
com o poema-tetas de patricia lino
aida explicando o beabá da vida pra mim e pro comunista
o comunista com o martelo
e eu adorando ele
como sempre
(fotos roubadas de inês afonso lopes)
1. esse fim de semana que passou participei da latinale, o festival itinerário de poesia latinoamericana na alemanha. na programação: paula abramo, ofelia huamanchumo de la cuba, lina nieves avilés, agustina ortiz, tilsa otta, mayra oyuela, tálata rodríguez, jannet weeber brunal, alejandro tarrab, alejandro álverez nieves, andrés anwandter, frank báez, jorge ernesto centeno vilca, benjamin chávez e miguel ángel petrecca.
desses, meu coração bate assanhado com os trabalhos de paula abramo (imensa, maravilhosa, mel dels), tilsa otta, alejandro tarrab e ofelia huamanchumo de la cuba.
paula lendo alejandro tarrab
(que não pôde estar presente por causa dos furacões no méxico :/)
(que não pôde estar presente por causa dos furacões no méxico :/)
catálogo do festival
lançado pela la única puerta a la izquierda
(amamos esse nome)
um poema de tilsa otta
um poema de paula
um poema de adelaide
#egocêntrica
um poema de ofelia
1.2
PROS AMIGOS BRASILEIROS NA ALEMANHA (porque precisa de um número de celu alemôo):
a revista alba está precisando de ajuda para continuar existindo! a alba faz um trabalho lindo e incansável de tradução e divulgação da literatura latinoamericana na alemanha.
pra ajudar as meninas a ganhar mil euros e continuar realizando esse trabalho, basta votar no projeto delas neste site aqui (você colocar o número do celu, recebe um código por SMS e insere o código no site).
ajudem a alba
plmmds!
2.
entre setembro, outubro e novembro sou co-editora da revista gueto. sugeri mais de 20 anarcobucetalistas (perdi as conta na real) e até agora tem:ravena monte, do ceará
thaiz cantasini, de goiás
regina azevedo, do rio grande do norte
cecília floresta, de são paulo
patrícia naia, de são paulo vivendo em pernambuco
jarid arraes, do ceará vivendo em são paulo
tem também pollyana furtado, do pará, que eu não conhecia e foi sugestão dos editores da revista. que maravilha é ver tanta mulé não-sudestina dando bucetada no mundo.
3.
os cadernos do cep #5, editado por julia klien, que tem carolina luisa costa, clara de góes, cristina flores, rita isadora pessoa (vulgo mygirl) e eu foi lançado esses dias no CEP 20.000 (amém). quem quiser comprar, (vale cada centavo), mande mensagem pro italo diblasi que ele sabe.
4.
esses podcasts comunistas
(te dedico, zacca)
5.
esse artigo maravilhoso de regina dalcastagnè, profa da UnB, toca, entre outras coisas, num assunto que insisto sempre: são paulo não é o brasil -> a produção cultural do "brasil" (são paulo) tampouco não é o brasil.
Em 30 de dezembro de 1904, Euclides da Cunha escrevia ao seu pai desde Manaus: “a mais consoladora surpresa do sulista está no perceber que este nosso Brasil é verdadeiramente grande porque ainda chega até cá. Realmente, cada vez mais me convenço de que esta deplorável Rua do Ouvidor é o pior prisma por onde toda a gente vê a nossa terra”. A crítica perspicaz do autor apontava o risco de se reduzir a percepção sobre a realidade do país a essa perspectiva tão estreita. Infelizmente, 120 anos depois, e usando a Rua do Ouvidor agora apenas como uma metáfora da arrogância de certa elite intelectual dos centros mais desenvolvidos do país, precisamos continuar alertando: o Brasil chega muito mais longe do que costumamos imaginar.
uma coisa importante de falar do trabalho da professora: ela faz questão de se fazer entender, usando uma linguagem acessível a acadêmicos e não-acadêmicos. palmas.
6.
a atualidade dessa entrevista das guerrila girls, de 10 anos atrás mostra que, infelizmente, o trabalho delas ainda é necessário.
7.
saiu o catálogo da exposição "humble cats", pela yoffy press, do qual participo com aquela foto de vovó.
no british journal of photography tem mais infos e aqui tem mais fotos do livro.
vovó à esquerda
capa (bela)
8.
no dia 4 de outubro, meu amigo rafael mantovani me mandou essa carta, que na verdade era de caio fernando abreu pra hilda hilst, e salvou a minha vida:
Hildinha, a carta para você já estava escrita, mas aconteceu agora de noite um negócio tão genial que vou escrever mais um pouco. Depois que escrevi para você fui ler o jornal de hoje: havia uma notícia dizendo que Clarice Lispector estaria autografando seus livros numa televisão, à noite. Jantei e saí ventando. Cheguei lá timidíssimo, lógico. Vi uma mulher linda e estranhíssima num canto, toda de preto, com um clima de tristeza e santidade ao mesmo tempo, absolutamente incrível. Era ela. Me aproximei, dei os livros para ela autografar e entreguei o meu Inventário. Ia saindo quando um dos escritores vagamente bichona que paparicava em torno dela inventou de me conhecer e apresentar. Ela sorriu novamente e eu fiquei por ali olhando. De repente fiquei supernervoso e sai para o corredor. Ia indo embora quando (veja que GLÓRIA) ela saiu na porta e me chamou: - “Fica comigo.” Fiquei. Conversamos um pouco. De repente ela me olhou e disse que me achava muito bonito, parecido com Cristo. Tive 33 orgasmos consecutivos. Depois falamos sobre Nélida (que está nos States) e você. Falei que havia recebido teu livro hoje, e ela disse que tinha muita vontade de ler, porque a Nélida havia falado entusiasticamente sobre Lázaro. Aí, como eu tinha aquele outro exemplar que você me mandou na bolsa, resolvi dar a ela. Disse que vai ler com carinho. Por fim me deu o endereço e telefone dela no Rio, pedindo que eu a procurasse agora quando for. Saí de lá meio bobo com tudo, ainda estou numa espécie de transe, acho que nem vou conseguir dormir. Ela é demais estranha. Sua mão direita está toda queimada, ficaram apenas dois pedaços do médio e do indicador, os outros não têm unhas. Uma coisa dolorosa. Tem manchas de queimadura por todo o corpo, menos no rosto, onde fez plástica. Perdeu todo o cabelo no incêndio: usa uma peruca de um loiro escuro. Ela é exatamente como os seus livros: transmite uma sensação estranha, de uma sabedoria e uma amargura impressionantes. É lenta e quase não fala. Tem olhos hipnóticos, quase diabólicos. E a gente sente que ela não espera mais nada de nada nem de ninguém, que está absolutamente sozinha e numa altura tal que ninguém jamais conseguiria alcançá-la. Muita gente deve achá-la antipaticíssima, mas eu achei linda, profunda, estranha, perigosa. É impossível sentir-se à vontade perto dela, não porque sua presença seja desagradável, mas porque a gente pressente que ela está sempre sabendo exatamente o que se passa ao seu redor. Talvez eu esteja fantasiando, sei lá. Mas a impressão foi fortíssima, nunca ninguém tinha me perturbado tanto. Acho que mesmo que ela não fosse Clarice Lispector eu sentiria a mesma coisa. Por incrível que pareça, voltei de lá com febre e taquicardia. Vê que estranho. Sinto que as coisas vão mudar radicalmente para mim – teu livro e Clarice Lispector num mesmo dia são, fora de dúvida, um presságio. Fico por aqui, já é muito tarde. Um grande beijo do teu
Caio.aliás, leiam rafael mantovani:
na modo
no escamandro
9.
essa semana sai o MPFF! #6 especial poesia caribenha! preciso terminar de costurar hehe.
com auto-retrato de riri
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