aqui dando f5 no email, esperando pra ver se armin aceitou minha proposta, de fotografar o pós-operatório de uma cirurgia que ele vai ter que fazer.
é ao mesmo tempo uma bêncao e uma desgraca ser esteticamente dependente da beleza alheia, e mais ainda se o dono da beleza for alguém com quem você compartilha uma carga emocional equivalente a um mamute.
eu tive uma sorte ambígua na vida.
meus namorados (os importantes, ou seja, os que foram exaustivamente fotografados) sao todos bonitos. as fotos sao bonitas por causa deles. e todos eles eram/sao vaidosos o suficiente pra se deixarem clicar.
mas por um motivo misterioso, talvez essa coisa esquisita da "manutencao da privacidade", todos eles eram resistentes - nao em ser fotografados (isso todo mundo adora, disse meu professor thomas sandberg, e eu concordo), mas em terem suas fotos mostradas. menos armin.
mas a proximidade da morte ou da falência do corpo nao é exatamente uma coisa que se queira guardar de lembranca. nenhum macho normal gostaria que fosse mostrado que ele é falível, que tem creca, que faz cirurgia, que desaba, que pode morrer, que pode ficar manco. e é por isso que ele vai dizer nao dessa vez.
eu queria saber como é ver o homem mais importante da sua vida convalescendo mas em vez de cuidar, fotografar, bem alheia, bem presente.
o marido que eu quero pra mim é exatamente igual ao de sally mann:
quem faz a foto é ele. que coisa mais linda.
Tuesday, March 29, 2011
Monday, March 28, 2011
para mayara
mayara, minha querida
infelizmente nao tem email disponivel no seu perfil do blogger, senao te escreveria. nao publiquei seu comentário ainda porque é muito pessoal, muito delicado - e por isso mesmo MUITO corajoso. fiquei sem saber se você escreveu sem pensar, e queria saber se posso mesmo publicá-lo.
todos os coments deixados nesse blog me alegram, às vezes me inspiram até. mas o seu foi o mais me emocionou até hoje. e nao posso nao dizer que me identifiquei. e que invejo sua coragem.
um beijo enorme da sua nova fa,
ivi
infelizmente nao tem email disponivel no seu perfil do blogger, senao te escreveria. nao publiquei seu comentário ainda porque é muito pessoal, muito delicado - e por isso mesmo MUITO corajoso. fiquei sem saber se você escreveu sem pensar, e queria saber se posso mesmo publicá-lo.
todos os coments deixados nesse blog me alegram, às vezes me inspiram até. mas o seu foi o mais me emocionou até hoje. e nao posso nao dizer que me identifiquei. e que invejo sua coragem.
um beijo enorme da sua nova fa,
ivi
Sunday, March 27, 2011
o vodca é um romance
baudelaire ele tinha exatamente 18 anos quando do nascimento da fotografia. e disse sobre ela:
"Agora o público diz a si próprio: 'A fotografia nos dá a total garantia de exatidao que desejamos'. E esses idiotas realmente acreditam nisso!"
e continuamos acreditando, né?
só que a gente conversa tanto sobre a linha entre realidade e ficcao, sobre o papel social da fotografia, sobre o fato de que a fotografia é apenas um recorte da realidade e assim sendo nao pode ser a realidade.
mas ninguém gosta de falar do espectador. o que ele quer ver? como ele quer ver? e se a pessoa quiser achar que aquilo que foi fotografado aconteceu daquele jeito e pronto?
por que nao? criamos a ficcao e invadimos a mitologizacao dos outros!? que despótico.
eu pessoalmente tendo a crer que se algo foi (d)escrito, fotografado, filmado; se já aconteceu (mesmo sem registro), meu bem, nao é mais realidade. perdeu, já era. mas se tem gente que acredita em meritocracia, por que nao se pode acreditar que a foto mostra o que aconteceu tal e qual aconteceu? deixa o povo achar!
esse mesmo dilema sempre se me aparece quando escrevo. meus textos nao sao uma autobiografia. meu blog nao é um relato. é tudo romance. se nao aconteceu com vocês, e sim comigo, e se já passou e só quem viu fui eu, e se eu conto, entao é ficcao. um texto, uma foto, que seja.
"Sou uma persongagem
de ficcao científica
escrevo para me casar"
adília lopes
mas a fantasia é de quem lê, de quem vê a foto. se o leitor de jornal se sente mais participativo na história da humanidade por ter certeza que "viu um pouco" do que se passa na líbia através das fotos sem graca que têm sido feitas, deixa estar. cada um é individual. e se vocês querem crer que realmente armin cancelou o casamento por email (ui, agora deixei vocês confusas, hein!?!? hahaha), podem crer também.
"Auch die Wirklichkeit muss geformt werden, will man sie zum Sprechen bringen"
=> A realidade também deve ser criada, caso se queira falar sobre ela.
friedrich dürrenmatter
exatamente, seu friedrich. com isso, pergunto: existe algo mais real no mundo do que os contos-foto de sohpie calle? eu adoro que o título de um dos livros dela é "histórias reais", acheo meio cínico. independente daquelas coisas terem acontecido (com ela) ou nao, os acontecimentos que ela descreve sao tao universais, sao tao possíveis, que assim para mim nao existe obra de ficcao mais documental. nao há mais realidade em outro trabalho fotográfico (fotográfico?!) do que naquele.
sei que vocês nao tao nem aí pra essas minhas baboseiras, mas mandei hoje umas fotos pra uma convocatória de livro, e fiquei pensando como as coisas que eu fotografo sao bonitas hahaha nao quero perder isso por ter me perdido na vontade de ser mais sabida pra poder ser aceita.
"Agora o público diz a si próprio: 'A fotografia nos dá a total garantia de exatidao que desejamos'. E esses idiotas realmente acreditam nisso!"
e continuamos acreditando, né?
só que a gente conversa tanto sobre a linha entre realidade e ficcao, sobre o papel social da fotografia, sobre o fato de que a fotografia é apenas um recorte da realidade e assim sendo nao pode ser a realidade.
mas ninguém gosta de falar do espectador. o que ele quer ver? como ele quer ver? e se a pessoa quiser achar que aquilo que foi fotografado aconteceu daquele jeito e pronto?
por que nao? criamos a ficcao e invadimos a mitologizacao dos outros!? que despótico.
eu pessoalmente tendo a crer que se algo foi (d)escrito, fotografado, filmado; se já aconteceu (mesmo sem registro), meu bem, nao é mais realidade. perdeu, já era. mas se tem gente que acredita em meritocracia, por que nao se pode acreditar que a foto mostra o que aconteceu tal e qual aconteceu? deixa o povo achar!
esse mesmo dilema sempre se me aparece quando escrevo. meus textos nao sao uma autobiografia. meu blog nao é um relato. é tudo romance. se nao aconteceu com vocês, e sim comigo, e se já passou e só quem viu fui eu, e se eu conto, entao é ficcao. um texto, uma foto, que seja.
"Sou uma persongagem
de ficcao científica
escrevo para me casar"
adília lopes
mas a fantasia é de quem lê, de quem vê a foto. se o leitor de jornal se sente mais participativo na história da humanidade por ter certeza que "viu um pouco" do que se passa na líbia através das fotos sem graca que têm sido feitas, deixa estar. cada um é individual. e se vocês querem crer que realmente armin cancelou o casamento por email (ui, agora deixei vocês confusas, hein!?!? hahaha), podem crer também.
"Auch die Wirklichkeit muss geformt werden, will man sie zum Sprechen bringen"
=> A realidade também deve ser criada, caso se queira falar sobre ela.
friedrich dürrenmatter
exatamente, seu friedrich. com isso, pergunto: existe algo mais real no mundo do que os contos-foto de sohpie calle? eu adoro que o título de um dos livros dela é "histórias reais", acheo meio cínico. independente daquelas coisas terem acontecido (com ela) ou nao, os acontecimentos que ela descreve sao tao universais, sao tao possíveis, que assim para mim nao existe obra de ficcao mais documental. nao há mais realidade em outro trabalho fotográfico (fotográfico?!) do que naquele.
sei que vocês nao tao nem aí pra essas minhas baboseiras, mas mandei hoje umas fotos pra uma convocatória de livro, e fiquei pensando como as coisas que eu fotografo sao bonitas hahaha nao quero perder isso por ter me perdido na vontade de ser mais sabida pra poder ser aceita.
Tuesday, March 22, 2011
überblick
oh berlim
te odeio
porque agora nao te entendo
esses véus que eu antes nao via
esses carros essa música merda
du opfer du opfer
meu cu
mais
esse chao cuspido
esses meninos vestidos
o trem que muda de rota
a água quente que nao vem
mas ops é primavera
e pouco a pouco
assim espero
pétalas e peitos
a mim se mostrem.
te odeio
porque agora nao te entendo
esses véus que eu antes nao via
esses carros essa música merda
du opfer du opfer
meu cu
mais
esse chao cuspido
esses meninos vestidos
o trem que muda de rota
a água quente que nao vem
mas ops é primavera
e pouco a pouco
assim espero
pétalas e peitos
a mim se mostrem.
o salvador da fotografia fudeu com ela e salvou ela
Der Daguerreotyp verlangt keine Handhabung, die nicht alle ausführen könnten. Er verlangt keine Fähigkeiten im Zeichnen, keine manuelle Geschicklichkeit. Wenn man sich Punkt für Punkt an sehr einfache, wenige Regeln hält, dann dürfte jeder zu den gleichen sicheren und gelungenen Resultaten gelangen wie Daguerre selbst.
O daguerreótipo nao requer nenhuma habilidade manual, que nem todos têm. Ele nao requer habilidades em desenho, nenhum talento para uso das maos. Quando se segue, ponto por ponto, regras muitos simples, entao consegue-se os mesmos resultados, seguros e eficientes, que o próprio Daguerre.
esse dominique francois arango doidao escreveu esse texto em 1839 e previu o futuro da fotografia em um parágrafo. só precisa abstrair do termo "daguerreótipo".
O daguerreótipo nao requer nenhuma habilidade manual, que nem todos têm. Ele nao requer habilidades em desenho, nenhum talento para uso das maos. Quando se segue, ponto por ponto, regras muitos simples, entao consegue-se os mesmos resultados, seguros e eficientes, que o próprio Daguerre.
esse dominique francois arango doidao escreveu esse texto em 1839 e previu o futuro da fotografia em um parágrafo. só precisa abstrair do termo "daguerreótipo".
Monday, March 21, 2011
what it feels like for a girl
a quem interessar possa (a todas vocês, assim espero): assinem a peticao pra parar com essa merda.
outro comentário: "de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era um travesti". o jornalista doente mental que escreveu essa merda de texto podia ter sido mais decente e escrever:
"de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era uma cidada brasileira".
ou
"de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era uma pessoa".
ou
"de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era um ser humano".
de acordo com meu boletim de ocorrência da vida, as palavras usadas num contexto imbecil como o do da matéria, induzem o leitor/espectador a entender "o lado do criminoso".
tipo: "de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima do estupro estava bêbada". ou "de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima era um mendigo". ou "de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima voltava sozinha pra casa às 2h da manha". ou "de acordo com o boletim de ocorrência, a vítima usava um rolex".
mas nao existe lado pra maldade.
dá vontade de dar um logout na vida.
Thursday, March 17, 2011
tonta de sono, quanto alemao
a máquina de lavar faz um barulho desgracado
esqueci de pôr a roupa mais cedo
é tarde quero dormir estou cansada
e a lavagem nao termina
vrumvrumvrum
o nível de cansaco está tao alto que tive a
cara-de-pau
de procurar uma rádio online de músicas pra
feng-shui
shuashuashua
o chá de menta do lado do pote vazio de iogurte com aveia
ou
"the nothing that you eat"
segundo nikolas murray
uns papeis vindos de colônia
um anel
um hidratante
mas acho que diz muito mais
sobre mim
o fato de eu só trouxe dois livros:
os de marcelo gomes.
Sunday, March 13, 2011
sozinha, leio muito
olho muito as figuras. como o celular nao toca, como jörg desistiu de mim e armin mora longe, eu me ocupo das coisas. às vezes pisco bem muito, bem longo, pra quando abrir os olhos fingir que me surpreendo: "ai meus deus, é berlim!".
e ganho o oscar.
e tiro umas fotos e olho as figuras e crio figuras mentais com muito afinco. leio em trânsito: como moro na puta que pariu, levo sempre mais de meia hora pra chegar em qualquer lugar. entao eu leio. eu gosto de abrir um livro em alemao e pensar que as pessoas estao orgulhosas de mim porque sei falar a língua do país deles, que escolhi morar. claro, ninguém dá a menor bola pra isso, nem presta atencao nas minhas neuroses, e eu tampouco falo tao bem assim, mas me deixem ivanovizar em paz.
quando desco do trem, fecho o livro e, em vez de criar figuras, olho pra elas.
"nao te divulgo
"(...) por fim, vou ficar um tempo pensando em toda a sorte de problemas que existam. depois vou dormir".
1. adormecer, de adília lopes, 1993
e tiro umas fotos e olho as figuras e crio figuras mentais com muito afinco. leio em trânsito: como moro na puta que pariu, levo sempre mais de meia hora pra chegar em qualquer lugar. entao eu leio. eu gosto de abrir um livro em alemao e pensar que as pessoas estao orgulhosas de mim porque sei falar a língua do país deles, que escolhi morar. claro, ninguém dá a menor bola pra isso, nem presta atencao nas minhas neuroses, e eu tampouco falo tao bem assim, mas me deixem ivanovizar em paz.
quando desco do trem, fecho o livro e, em vez de criar figuras, olho pra elas.
"nao te divulgo
o teu nome
os teus olhos azuis
a tua gentileza
espero que os partilhes com alguém querido
os teus olhos azuis
a tua gentileza
espero que os partilhes com alguém querido
como os partilhaste
comigo
amante querido"
amante querido"
§
comprei a versao em alemao: "frida kahlo - cartas de amor". achei que seria um bom comeco, ler cartas de amor em alemao, porque cartas de amor sao todas iguais.
me pergunto como será que o carteiro novato faz pra saber qual edifício é esse, com esses número carcomidos.
frida também preferia ser amada do que ser uma artista, e ela sofreu muito. eu quero ser amada também, mas tampouco sou um gênio. sou um carteiro novato e sofro muito.
"(...) por fim, vou ficar um tempo pensando em toda a sorte de problemas que existam. depois vou dormir".
"(...) schließlich werde ich noch ein Weilchen über allerhand wissenschaftliche Probleme nachdenken und dann ins Bett gehen".
§
"Detesto
o sofrimento".
"A chuva por ventura tem pai?"
§
"Detesto
o sofrimento".
"A chuva por ventura tem pai?"
1. adormecer, de adília lopes, 1993
2. frida kahlo obcecada e eu me identifiquei, em carta para alejandro gómez aria, 18 de agosto de 1924.
3. body art?, de adília lopes, 1999
3. body art?, de adília lopes, 1999
4. livro de jó, da boa e velha bíblia.
essa é a verdade e a verdade é mole
"Sou uma persongagem
de ficcao científica
escrevo para me casar"
obrigada, adília lopes,
por tirar de minha boca as palavras
e assim me deixar sem elas,
o que de vez em quando é bom, pois falo muito.
e fico meio de saco cheio da minha auto-barulheira.
Friday, March 11, 2011
Wednesday, March 09, 2011
ricardo
"Mas pauso a cada cinco
minutos para delirar, e imagino
que, na verdade, o documentário
é sobre certo Ricardo Domeneck
e seus mil excessos,
indo ao ar em 2077
para comemorar seu centenário,
e percebo que pelo menos
os músculos do meu ego
estão fit as a fiddle".
afinal, tenho um muso cujo ego é tao favoralmente grande quanto minha obsessao.
Tuesday, March 08, 2011
meryl strivi, entre dois amores
"he was not mine".
§
e eu contigo na cabeca
como se tu diego rivera
mas tem o outro
o fotógrafo
nikolas murray de levi's 501
e ceroulas
que sei lá eu porquê
fui de gostar
assim sendo
meryl streep
sortuda foi você
que nao teve de decidir
apenas enterrar.
Saturday, March 05, 2011
Friday, March 04, 2011
Thursday, March 03, 2011
passei tanto tempo com saudade de ti que se te encontrasse era capaz de continuar sentindo.
engracado.
todo um mito construido em cima de meia dúzia de lembrancas,
tu és minha beatriz.
tu és tao lindo.
quando eu fui atravessar a rua para comprar cigarro e olhei pra trás, lá do outro lado dos trilhos todos por algum motivo todo mundo olhava pra mim, inclusive tu, mas dentre eles, só tu sorriu pra mim.
devagar, com um lado só da boca.
na minha imaginacao, puxei teu elástico de cabelo pra baixo e
gracas às correntes de ar atualmente vindas da rússia,
eras todo giárdia, um ser ciliado flutuando nas minhas águas.
Wednesday, March 02, 2011
entrevista na blu
em agosto, por causa da exibicao de 100 men em berlim, sebastian naumann, da blu magazine, fez uma entrevista comigo, que foi publicada na edicao de fevereiro da revista.
a entrevista foi publicada em alemôo. entao aqui, procês, um crtl.c-ctrl.v do email, no bom e velho inglês:
1.How would you yourself describe your Photos?
i use photogrophy as public display of affection.
2.What are your favourite Motives and why? Which kind of Motives fascinate you the most?
you know, i studied journalism and in the very beggining of my "photographical path" i was looking outside for inspiration... then in 2003, when i was 20, i got to know the work of nan goldin and then i understood the universe! but of course, sometimes it is a struggle: "why do you think people will be interested in photos of your grandmother?". last years i've been just saying too people that my life is way too insteresting for me to photograph somehing else haahahaha so to answer your questions: my favourite motives are people that cross my way.
3.What are you working on at the moment?
i am working on survivng the fact that my delicious german lover left me.
4.What is it with this „never ending series“ (really find that interesting by the way)? Is it really never going to end?
well, i gave up on trying to organize photography flow as soon as i realised that life itself is a mess. i would start a project, and all of a sudden something else would happen and would take me into another moment, another photographical interest. so i created "the never ending project", which has in itself lots of chapters: there's the chapter about my grandmother, the chapter where i registered the process of healing of the phisical agression i suffered in 2008 und so weiter. the title was taken, with all my respect, from bob dylan's "the never ending tour".
5. You were taking a lot of pictures of your friends and even Lovers (I read) in most intimate Situations, why?
my poor camera can't stand anymore all this emotional approach! the thing is, i worked as photojournalist when i was 19, for one year i would photograph exclusively prisons and people in jail, and i simply felt i was taking advantage of this people. at this period i was much more interested in talking to them than to photographed them (in the end i was obviously fired!). it is like going to bangladesh, taking pictures of these miserable people, selling it for reuters and make money out of people's suffering. my friends, my family and my lovers they belong to me, we are equal, we are all fucked up (and i am not making much money with their images hahahaha).
6.How do you like Berlin/germany? I noticed, that one of your Pictures is actually Taken from the Berlin Wall. And which one is your favourite place in the world so far?
oh boy berlin is my new boyfriend. i honestly don't know how i would survive this broken heart of mine, if i was somewhere else. this city feels like warm hug. and of course, everywhere you look there's a cute boy to be looked at hahaha. it is definitely my favourite place in the world.
7. What does your art mean to you, what is it about fotography you love?
the person in front of my camera
a entrevista foi publicada em alemôo. entao aqui, procês, um crtl.c-ctrl.v do email, no bom e velho inglês:
1.How would you yourself describe your Photos?
i use photogrophy as public display of affection.
2.What are your favourite Motives and why? Which kind of Motives fascinate you the most?
you know, i studied journalism and in the very beggining of my "photographical path" i was looking outside for inspiration... then in 2003, when i was 20, i got to know the work of nan goldin and then i understood the universe! but of course, sometimes it is a struggle: "why do you think people will be interested in photos of your grandmother?". last years i've been just saying too people that my life is way too insteresting for me to photograph somehing else haahahaha so to answer your questions: my favourite motives are people that cross my way.
3.What are you working on at the moment?
i am working on survivng the fact that my delicious german lover left me.
4.What is it with this „never ending series“ (really find that interesting by the way)? Is it really never going to end?
well, i gave up on trying to organize photography flow as soon as i realised that life itself is a mess. i would start a project, and all of a sudden something else would happen and would take me into another moment, another photographical interest. so i created "the never ending project", which has in itself lots of chapters: there's the chapter about my grandmother, the chapter where i registered the process of healing of the phisical agression i suffered in 2008 und so weiter. the title was taken, with all my respect, from bob dylan's "the never ending tour".
5. You were taking a lot of pictures of your friends and even Lovers (I read) in most intimate Situations, why?
my poor camera can't stand anymore all this emotional approach! the thing is, i worked as photojournalist when i was 19, for one year i would photograph exclusively prisons and people in jail, and i simply felt i was taking advantage of this people. at this period i was much more interested in talking to them than to photographed them (in the end i was obviously fired!). it is like going to bangladesh, taking pictures of these miserable people, selling it for reuters and make money out of people's suffering. my friends, my family and my lovers they belong to me, we are equal, we are all fucked up (and i am not making much money with their images hahahaha).
6.How do you like Berlin/germany? I noticed, that one of your Pictures is actually Taken from the Berlin Wall. And which one is your favourite place in the world so far?
oh boy berlin is my new boyfriend. i honestly don't know how i would survive this broken heart of mine, if i was somewhere else. this city feels like warm hug. and of course, everywhere you look there's a cute boy to be looked at hahaha. it is definitely my favourite place in the world.
7. What does your art mean to you, what is it about fotography you love?
the person in front of my camera
Tuesday, March 01, 2011
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