pra ler o work in progress #16.
Thursday, June 28, 2012
look do dia ai eu morro
ei vovó, deita aqui pra eu fazer uma foto da gente fingindo que tá dormindo
afe quanta invencao
vai, mulher, só uma
pra que isso agora
pra gente enganar todo mundo
tá bom hihi depois tu bota na internet né
hahaha boto
vou fazer cara de velho dormindo
a senhora nao tem outra!
hahaha velho dorme de boca aberta parece que tá rindo
tá bom vovó deixa eu fazer a foto
vai
(...)
tá de cabeca pra baixo tua câmera!
eu sei mulher é porque se nao nao alcanco o pitoco
tu vai fazer o que com uma foto de cabeca pra baixo
ô vovó, é só virar o papel
ah é hahahhaha
diálogo maravilhoso entre adelaide e adelaide.
afe quanta invencao
vai, mulher, só uma
pra que isso agora
pra gente enganar todo mundo
tá bom hihi depois tu bota na internet né
hahaha boto
vou fazer cara de velho dormindo
a senhora nao tem outra!
hahaha velho dorme de boca aberta parece que tá rindo
tá bom vovó deixa eu fazer a foto
vai
(...)
tá de cabeca pra baixo tua câmera!
eu sei mulher é porque se nao nao alcanco o pitoco
tu vai fazer o que com uma foto de cabeca pra baixo
ô vovó, é só virar o papel
ah é hahahhaha
diálogo maravilhoso entre adelaide e adelaide.
Tuesday, June 26, 2012
work in progress #16
scaneando negativos de quando miki tinha 14 anos. ele nunca tinha visto as fotos antes. eu fico me sentindo indiana jones cavocando um passado que ele quer esquecer. e o pior é que, quando a gente olha as fotos de quando ele ainda tinha corpo de meninA, parece que estamos falando de uma outra pessoa. ele odeia tudo dessa época. parece que a vida comecou depois que ele comecou a tomar os hormônios.
engracado que pra todas nós a puberdade é um inferno. pra ele, que agora passa pela sua segunda puberdade, a vida ficou muito melhor.
engracado que pra todas nós a puberdade é um inferno. pra ele, que agora passa pela sua segunda puberdade, a vida ficou muito melhor.
essas fotos foram feitas pelo pai dele. miki nao está em nenhuma delas. ele nao fala mais com o pai. aos 14, ele ainda nao tomava hormônios mas já se vestia de menino.
Sunday, June 24, 2012
weimar
quer dizer, a paisagem alemôa é tao harmoniosa, tao bonita, tao sem conflito, que convida você a admirar a paisagem interna e endoidar - é quase tudo que te resta. werther, aquele chato, nao tinha escolha, só em weimar entendi. com que outra coisa além de si mesmo se preocupar, quando o mundo lá fora é tao aborrecidamente perfeito...
Friday, June 22, 2012
sim eu fiquei nervosa
esperava mais outra reacao sei lá
passei a manha pensando
cancelei compromissos
raspei as pernas e esse vestido que pus no sol
mas a tragédia maior
é tua pergunta
por que eu choro tanto e tantas vezes
é porque eu sei que nao te amo
é tao injusto
eu vou ficando porque aprecio
que finalmente a balanca pesa pro meu lado
vou me aproveitando
e dando aos poucos o que posso
esperava mais outra reacao sei lá
passei a manha pensando
cancelei compromissos
raspei as pernas e esse vestido que pus no sol
mas a tragédia maior
é tua pergunta
por que eu choro tanto e tantas vezes
é porque eu sei que nao te amo
é tao injusto
eu vou ficando porque aprecio
que finalmente a balanca pesa pro meu lado
vou me aproveitando
e dando aos poucos o que posso
Thursday, June 21, 2012
grita, fiona!
no apartamento vazio da boa vista, eu ficava ouvindo fiona e fazendo colagens e escrevendo coisas na parede porque eu nao tinha mais nada. era época do jornal do commercio, tarta, comédias românticas, garagem e outras pessoas que morreram. era época de extraordinary machine, que eu ganhei de ernesto. foi inclusive a época que o vodca nasceu.
em 2012 fiona volta pra minha vida quando tudo está perfeito, eu estou feliz, eu me arrisco, eu tenho meu homem. como sempre fiona toda apropriada vem injetar tragédia na minha vida, mas agora na falta de uma minha, só sobra a dela, e eu me aproveito desse abismo que é seguro, artificial.
grita, fiona, pois só tu pra, no meio de tanta delicadeza particular, me fazer voltar a ter vontade de abrir um vinho e ficar triste querendo.
(idler wheel é o nome)
Wednesday, June 20, 2012
Tuesday, June 19, 2012
acho que "lindo" nao é o adjetivo apropriado
"fodao" descreve melhor. nao é porque é na áfrica, né, minha gente, é porque é universal e todas sabemos muito bem.
jodi bieber (haha), survivors.
jodi bieber (haha), survivors.
Monday, June 18, 2012
work in progress #13
essa semana tive a boa surpresa de um email de mariana david na minha caixa de entrada. nao nos conhecemos pessoalmente, mas mari me escreveu fazendo uma pergunta sobre abordar-pessoas-que-queremos-fotografar. nao vou pôr aqui o email dela porque acho que ela nao ia curtir se eu contasse pro mundo de seu novo projeto antes dela própria fazê-lo! copio entao minha resposta.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Adelaide Ivánova
Data: 16 de junho de 2012 22:57
Assunto: Re: não nos conhecemos, mas.
Para: Mariana David
(...)
ontem eu estava no festival de fotojornalismo de hannover, e vi a
palestra da rena effendi (amor). juntei toda minha coragem pra pegar o
microfone e perguntar pra ela como ela aborda os seus fotografados,
como ela faz pra convencê-los a posar pra ela ou pra ganhar sua
confianca, pois muitas das fotos dela sao de momentos extremamente
intimos, apesar de ela passar apenas duas semanas (em média) nos lugares onde
vai fotografar.
ela respondeu que se aproximou de lisa (moca da foto 20, na série house of hapinnes) numa fila pra pegar comprimidos pra ajudar na
desintoxicacao de heroina. ela explicou pra lisa o trabalho e disse:
eu nao estou aqui pra te julgar, meu trabalho é como um romance e você
é uma das minhas protagonistas. lisa aceitou na hora, se deixou fotografar e ainda apresentou mais
dependentes quimicos pra rena.
mas mariana, o negocio é que ela, rena, tem simplesmente carisma. eu fiquei passada, a mulher tem potencial atrativo enorme, é simpática, engracada e ultra-inteligente. entao aqui, tentando responder sua pergunta, vejo que eu nao tenho resposta nenhuma hahaha. acho que tem que ter misto de sorte, carisma, um pouco de ator e falar a língua das pessoas que queremos fotografar (ou ter um tradutor, mas aí já entra outro elemento...).
com miki e kai o que mais me ajudou foi logo no comeco do projeto contar minha vida inteira, mostrar que assim como eles se abrem pra mim eu me abro pra eles. chamei-os pra jantar na minha casa (eles nunca tinha comido mussarela, menina, acredita?), apresentei meu namorido e minhas roommates, chamei pra ir no jogo de futebol da escola, apresentei aos colegas de classe, enfim...
mas eu tenho também muito de atriz, pq nao tenho nada em comum com eles dois e às vezes fico confusa com meus sentimentos em relacao a eles. entao o melhor é deixar minhas opinioes de lado e fingir que acho tudo normal.
(...)
pra ler o work in progress # 12
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Adelaide Ivánova
mas mariana, o negocio é que ela, rena, tem simplesmente carisma. eu fiquei passada, a mulher tem potencial atrativo enorme, é simpática, engracada e ultra-inteligente. entao aqui, tentando responder sua pergunta, vejo que eu nao tenho resposta nenhuma hahaha. acho que tem que ter misto de sorte, carisma, um pouco de ator e falar a língua das pessoas que queremos fotografar (ou ter um tradutor, mas aí já entra outro elemento...).
com miki e kai o que mais me ajudou foi logo no comeco do projeto contar minha vida inteira, mostrar que assim como eles se abrem pra mim eu me abro pra eles. chamei-os pra jantar na minha casa (eles nunca tinha comido mussarela, menina, acredita?), apresentei meu namorido e minhas roommates, chamei pra ir no jogo de futebol da escola, apresentei aos colegas de classe, enfim...
mas eu tenho também muito de atriz, pq nao tenho nada em comum com eles dois e às vezes fico confusa com meus sentimentos em relacao a eles. entao o melhor é deixar minhas opinioes de lado e fingir que acho tudo normal.
(...)
pra ler o work in progress # 12
Sunday, June 17, 2012
como diria britney: why don't we do something?
vídeo simples e explicativo de edudardo viveiros de castro, se colocando em relacao a belo monte.
uma coisa importante a ser dita é: exatamente os países que se desenvolveram século passado às custas de recursos naturais (ou dos recursos naturais de suas colônias) estao agora gastando rios de dinheiro em sua recuperacao, por perceberem que um meio-ambiente saudável e sustentável e bem usado pode ser muito mais lucrativo. programas pra limpar e salvar rios pra turismo, pesca etc.; programas de reciclagem de águas; o programa de fechamento das nucleares; programas de reflorestamento etc. etc. etc. mas isso custa grana, boa-vontade e vontade política. o que fico me perguntando é: por que desfazer pra depois fazer de novo? nao é melhor sequer comecar com a bagaceira toda? destruimos o tietê, o capibaribe, assassinamos o sao francisco (feito de proporcoes catastróficas, vale dizer, dado o tamanho do velho chico), inundamos sei-lá-quantas cidades (e lembrem-se: cidades sao pessoas) por causa da hidrelétrica de irapé e agora essa palhacada de belo monte... me admira que o progresso AINDA seja visto como progresso mesmo diante daquilo que rena efendi chama muito bem e simplesmente de "human cost".
assistam e espalhem.
uma coisa importante a ser dita é: exatamente os países que se desenvolveram século passado às custas de recursos naturais (ou dos recursos naturais de suas colônias) estao agora gastando rios de dinheiro em sua recuperacao, por perceberem que um meio-ambiente saudável e sustentável e bem usado pode ser muito mais lucrativo. programas pra limpar e salvar rios pra turismo, pesca etc.; programas de reciclagem de águas; o programa de fechamento das nucleares; programas de reflorestamento etc. etc. etc. mas isso custa grana, boa-vontade e vontade política. o que fico me perguntando é: por que desfazer pra depois fazer de novo? nao é melhor sequer comecar com a bagaceira toda? destruimos o tietê, o capibaribe, assassinamos o sao francisco (feito de proporcoes catastróficas, vale dizer, dado o tamanho do velho chico), inundamos sei-lá-quantas cidades (e lembrem-se: cidades sao pessoas) por causa da hidrelétrica de irapé e agora essa palhacada de belo monte... me admira que o progresso AINDA seja visto como progresso mesmo diante daquilo que rena efendi chama muito bem e simplesmente de "human cost".
assistam e espalhem.
Saturday, June 16, 2012
meu deus
falo tanto em alemao que esqueco de sentir
em português
e me assombrei com a forca da língua
materna quando olhei pra essa foto e disse pra mim mesma
meu amor
misericórdia menino que se continuar assim
traduzindo os sentimentos
vou descobrir que te amo mais do que posso
quero nao
vou seguir te amando calmamente e sem histeria
bem baixinho
em alemao.
em português
e me assombrei com a forca da língua
materna quando olhei pra essa foto e disse pra mim mesma
meu amor
misericórdia menino que se continuar assim
traduzindo os sentimentos
vou descobrir que te amo mais do que posso
quero nao
vou seguir te amando calmamente e sem histeria
bem baixinho
em alemao.
look do dia
na minha varanda as coisa tao tudo morrendo apareceu um monstrinho estranho nas folhas todas mas é a vida vivendo né.
isso é flor de cebolinha, nem sabia que cebolinha dava flor e tao bonita!
Wednesday, June 13, 2012
look do dia
no dia dos namorados, uma foto do meu, mijando de cima de uma ponte:
nao aguento mais ver foto de flor com recado cafona.
nao aguento mais ver foto de flor com recado cafona.
Monday, June 11, 2012
work in progress #12
e bem no meio desse trabalho decidi tentar médio formato, porque sim, porque me emprestaram uma yashica 6x6 sem prazo pra devolver, porque eu nunca tinha feitos isso antes e antes tarde do que nunca.
sendo que nao é moleza, pelo menos na minha opiniao. me refiro nao ao manuseio da câmera em si, mas ao que esta mudanca significa, o que o novo formato traz pra mim e pras fotos e suas implicacoes. o ponto aqui nao é ter na série fotos quadradas, mas sim aonde essa escolha me leva.
nao tem dado muito certo, mas eu nao desisti. de vez em quando ainda tento (esse fim de semana revelei eu mesma pela primeira vez os filmes dos últimos 4 encontros, scaneei hoje, mas quero fazer uns prints pra ver se ficaram boas mermo, antes de mostrar aqui).
hoje, me encontrando na biblioteca de ulrike kremeier, a curadora da nossa expo na franca, achei o "revelations", sobre/de diane arbus. na página 64 tem o depoimento da própria diane sobre o que significa mudar para um formato novo (ela comecou com uma 35mm nikon, pulou pra 6x6 rolleiflex e em 1970 tinha comecado a experimentar com uma 6x7, sobre a qual ela se refere nesse trecho de carta pro seu marido, allan):
i... must try all sorts of things, mainly sharpness at slow speed. it makes an enormous difference in the pictures. of course they aren't very good. it's hard to get used to a new shape. it looks like a greater degree of reality and i haven't yet learned how to use that. a little like when i switched from nikon to rollei. i wake at night with the excitment of it, or alternately with dread and confusion and worry and abhorrence... what it could do is make the pictures more narrative and temporal, less fixed and single and complete and isolated, more dynamics, more things happening. i'd like that. the difference knocks me out... this marvelous shape (exactly 11x14, 8x10 proportions) and clarity, focusing is fun. and turning it for horizontal or vertical is delightful, like any 35, just heavier.
fiquei encantada com a coincidência dos nossos conflitos hahahah
(essa semana vou ficar ainda mais ausente pois meu portfolio foi selecionado pras leituras do festival de fotojornalismo de hannover e viajo pra lá na quarta! conto mais quando voltar).
fico com vontade de fazer tudo bonito
deixar tudo lindo pra
quando tu voltar ter flor vela luz
lencol fresquinho
meia dúzia de fotos novas pra gente
conversar
fico com vontade de pintar a unha
comprar uma xícara pequena
fico com vontade de recitar uns versos
fico assim cheia de objetivos importantes
tipo lavar teus cabelos
realmente as prioridades
me ocupam tipo
comer bolo-de-rolo e café
quando ricardo voltar de recife com minhas encomendas
e entao
ensaiar lisboa
pensar em roteiros e vestidos
quem sabe raspar o cabelo pra podermos acampar
e eu nao ficar neurótica com minha beleza capilar
calcar o chinelo
enfrentar o mundo lá fora tao cruel cheio de borboletas
meninas de saia longa e meninos sem camisa ai meus deus
lagartear contigo
nós duas
eu e berlim
somos completamente apaixonadas pelos teus cachos.
deixar tudo lindo pra
quando tu voltar ter flor vela luz
lencol fresquinho
meia dúzia de fotos novas pra gente
conversar
fico com vontade de pintar a unha
comprar uma xícara pequena
fico com vontade de recitar uns versos
fico assim cheia de objetivos importantes
tipo lavar teus cabelos
realmente as prioridades
me ocupam tipo
comer bolo-de-rolo e café
quando ricardo voltar de recife com minhas encomendas
e entao
ensaiar lisboa
pensar em roteiros e vestidos
quem sabe raspar o cabelo pra podermos acampar
e eu nao ficar neurótica com minha beleza capilar
calcar o chinelo
enfrentar o mundo lá fora tao cruel cheio de borboletas
meninas de saia longa e meninos sem camisa ai meus deus
lagartear contigo
nós duas
eu e berlim
somos completamente apaixonadas pelos teus cachos.
Sunday, June 03, 2012
clipping al-femea da semana
. a maravilhosa-como-sempre boa bonduki escreveu um post simples e certeiro sobre a gravidez de carol francischini. concordo com cada linha escrita pela boa!
. e o que vai acontecer com ele? nada, claro!! passada com esse vídeo e mais passada ainda com a resposta da assessoria do prefeito. só faltou ele dizer que foi um ato de carinho. own, que bonitinho.
. nao entendo nada de diplomacia e estratégias de governo diante dos massacres na síria. um monte de países expulsou diplomatas sírios de seus territórios. o brasil, nao entanto, se faz de desentendido. nos anos 90, durante os conflitos na bósnia, ninguém também fez nada e bem debaixo das nossas fucas milhares de pessoas morreram (sem contar as torturas, os desabrigados, as famílias desmanteladas, as 25 mil mulheres estupradas etc. etc.). mais uma vez somos testemunhazinhas apáticas de uma tragédia que dura bem um ano. é como susan diz em diante da dor dos outros: como tragédias sao inevitáveis, o sentimento de alívio de uma nao acontecer conosco faz com que sigamos a vida bem felizes, bem indiferentes. pra terminar, eu acho, sim, que os representantes da síria no brasil podiam voltar pra casa. mas acho, também, que isso nao é suficiente.
. nao sei o que dizer sobre isso, gente. alguma leitorinha advogada? aceitamos pitacos!
. mas gente, o cara sequestrou, torturou e matou a mulher, porra. por que caralhos tem o direito de aguardar o processo em liberdade? inda bem que nao conseguiu.
. a leitorinha mandou claudia mandou esse link sobre gandhi e seu namoradinho alemôo! coisa mais fofa, tirando o fato que eu nao sabia que gandhi tinha meio que toc (ai como tô soando inguinorante).
. a querida ju alves mandou a sugestion desse trailer aqui, trabalho novo da minhasuanossa clou sevinhi!
. e last but least e deveras importante, vídeo que mostra como a rússia está tratando alguns dos seus cidadaos
. e o que vai acontecer com ele? nada, claro!! passada com esse vídeo e mais passada ainda com a resposta da assessoria do prefeito. só faltou ele dizer que foi um ato de carinho. own, que bonitinho.
. nao entendo nada de diplomacia e estratégias de governo diante dos massacres na síria. um monte de países expulsou diplomatas sírios de seus territórios. o brasil, nao entanto, se faz de desentendido. nos anos 90, durante os conflitos na bósnia, ninguém também fez nada e bem debaixo das nossas fucas milhares de pessoas morreram (sem contar as torturas, os desabrigados, as famílias desmanteladas, as 25 mil mulheres estupradas etc. etc.). mais uma vez somos testemunhazinhas apáticas de uma tragédia que dura bem um ano. é como susan diz em diante da dor dos outros: como tragédias sao inevitáveis, o sentimento de alívio de uma nao acontecer conosco faz com que sigamos a vida bem felizes, bem indiferentes. pra terminar, eu acho, sim, que os representantes da síria no brasil podiam voltar pra casa. mas acho, também, que isso nao é suficiente.
. nao sei o que dizer sobre isso, gente. alguma leitorinha advogada? aceitamos pitacos!
. mas gente, o cara sequestrou, torturou e matou a mulher, porra. por que caralhos tem o direito de aguardar o processo em liberdade? inda bem que nao conseguiu.
. a leitorinha mandou claudia mandou esse link sobre gandhi e seu namoradinho alemôo! coisa mais fofa, tirando o fato que eu nao sabia que gandhi tinha meio que toc (ai como tô soando inguinorante).
. a querida ju alves mandou a sugestion desse trailer aqui, trabalho novo da minhasuanossa clou sevinhi!
. e last but least e deveras importante, vídeo que mostra como a rússia está tratando alguns dos seus cidadaos
Friday, June 01, 2012
work in progress #11
trecho de email recente pra meu amigo xinaider, crítico literário e ministro das minhas relacoes exteriores.
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Adelaide Ivánova
Data: 30 de maio de 2012 14:56
Assunto: Re: quando tu barceloneia, carpe
Para: Schneider Carpeggiani
Boa viageeeeeem! Lembra mermo de usar teu caderninho. Nao fique com abuso do coitado só porque ele é de hipster hahahaha Procura as coisas que te inspiram e dá uma escrevidinha de vez em quando e me conta depois.
Tá complicláudio o trabalho com os transzinhos, mas acho que posso aceitar também o tédio como ferramenta. O problema é que eles nao me metem medo - eles me dao pena. Por isso, tenho que lutar com o instinto, contra o automático que sentir-pena traz, que é fotografá-los de cima pra baixo. Entao me lambuzo com eles, no sentido de me sujar emocionalmente, me misturar. Ontem passei horas na casa deles, que fede, é escura, mas é tudo silencioso e entendiante, nao é especial, nao é dramático. Pra nao fotografar de cima pra baixo, eu tenho entrado num processo muito louco de tentar entender profundamente, a gente meio virou buddies, eu quase nao fotografo, só quando eu realmente quero encenar algo. Nao fico mais esperando algo interessante acontecer pra poder fotografar, que nao vai. Ontem a gente se deitou na cama, ficamos conversando, como se toda aquela ladainha sobre a vida ser dificil me interessasse, quando dou por mim tô a mais masculina das meninas, nas palavras e nos trejeitos, fazendo umas perguntas sobre clitóris e cabelos no peito que nunca imaginei que pudessem sair da minha boca. É como se uma entidade tomasse conta de mim ahahha que lunática. De repente, nao me incomodo com as pulgas, com o fedor... Sei lá. Carpe, é muito louco.
Acho que esse trabalho seria muito mais interessante se o resultado final fosse nao as fotos que eu faco, mas um reality show sobre o processo de fazimento hahahahaah Nao to exatamente bem, mas acho que é isso que me move, me obcecar com um tema.
Tua frase "to tentando melhorar" foi mais linda e simples que a que ouvi ontem de Susan Sontag, algo como "if you are comfortable with things and life, you are not free", numa entrevista que ela deu em 2003, quando lancou Diante da dor dos outros.
pra ler o work in progress #10
---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Adelaide Ivánova
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