Thursday, September 30, 2010
talk-sozinha show 4
realidade meu cu!
ps: o post no icônica é esse e o trabalho da elina brotherus é das mädchen sprach von liebe.
power to the people
a poucos dias das eleicões, ando ouvindo um montão de john lennon para ver se me inspiro.
quem eu quero que esteja lá?
armin me perguntou se eu estava feliz de ter uma presidente mulher, sabendo ele do meu feminismo de araque. e para ele eu respondi:
"que mulher? nosso presidente continuará sendo lula. quem votar em dilma não é porque é ela é mulher; é porque ela é lula".
eu não quero encheção no meu blog sobre política.
eu só queria compartilhar com vocês o fato de que eu estou muito triste que tiririca é candidato.
e que john lennon morreu e o povo continua sem poder.
quem eu quero que esteja lá?
armin me perguntou se eu estava feliz de ter uma presidente mulher, sabendo ele do meu feminismo de araque. e para ele eu respondi:
"que mulher? nosso presidente continuará sendo lula. quem votar em dilma não é porque é ela é mulher; é porque ela é lula".
eu não quero encheção no meu blog sobre política.
eu só queria compartilhar com vocês o fato de que eu estou muito triste que tiririca é candidato.
e que john lennon morreu e o povo continua sem poder.
Wednesday, September 29, 2010
säuferin
faz duas semanas que eu não bebo e estou morrendo de tédio. não com a ausência de vinho, mas com a ausência de vida.
eu preciso de um coração partido. manda alguém me fazer sofrer!
eu preciso de um coração partido. manda alguém me fazer sofrer!
para ricardo, para pedro, para mim mesma, com amor
como não posso matar a saudade de ti, ric, seu filho da puta, continuo alugando filmes de almodóvar.
é verdade que amamos a fase "feminina" do pedro, essa, que chamam de madura. mas eu sinto saudade é de quando ele era viado, com tudo o que esse adjetivo inclui.
ontem assisti a lei do desejo e desejei que tu estiveste do meu lado, ric, para gente enterrar a fuça nas mãos, a cada frase de efeito proferida pela diva sem-cintura carmen maura:
"me encanta hacer drama y llorar y hablar al teléfono".
"no te enfades conmigo, pablo. sou muy vulnerable. y muy imperfecta".
é verdade que amamos a fase "feminina" do pedro, essa, que chamam de madura. mas eu sinto saudade é de quando ele era viado, com tudo o que esse adjetivo inclui.
ontem assisti a lei do desejo e desejei que tu estiveste do meu lado, ric, para gente enterrar a fuça nas mãos, a cada frase de efeito proferida pela diva sem-cintura carmen maura:
"me encanta hacer drama y llorar y hablar al teléfono".
"no te enfades conmigo, pablo. sou muy vulnerable. y muy imperfecta".
Monday, September 27, 2010
politicamente cagada (um poema)
meu querido nazi,
embaixo destas sobrancelhas tuas
olhos verdes redondos,
que enxergam melhor com esses teus óculos redondos
de tartaruga.
sobre tua cabeça pequena de
alemão do oeste,
teus cabelos
pretos
penteados de lado.
eu lamberia com devoção a linha que separa
teus cabelos pretos ensebados
(te imagino após um banho com um pente de plástico no banheiro enfumaçado a desenhar com os punhos cerrados no espelho uma
roda onde te vejas: daí passas o pente perpendicular, divide a cabeça em duas, cabelo pra lá, cabelo pra cá. guarda o
pente, checa a linha. teu cabelo tu divides de lado).
tu vais à natação,
meu querido nazi,
e andas de bicicleta.
mas é quando tu tiras tua jaqueta roxa,
que faz silêncio o universo:
vejo então teus braços lindos.
vejo então que és bege claro.
(e me derreto em histeria silenciosa)
meu querido nazi,
mal posso acreditar que em menos de
30 dias
dormirás aqui em solo
pátrio
mestiço
bem aqui na minha sala
e (com sorte minha)
vais mestiçar
minha pele colonizada
com a ariana tua.
embaixo destas sobrancelhas tuas
olhos verdes redondos,
que enxergam melhor com esses teus óculos redondos
de tartaruga.
sobre tua cabeça pequena de
alemão do oeste,
teus cabelos
pretos
penteados de lado.
eu lamberia com devoção a linha que separa
teus cabelos pretos ensebados
(te imagino após um banho com um pente de plástico no banheiro enfumaçado a desenhar com os punhos cerrados no espelho uma
roda onde te vejas: daí passas o pente perpendicular, divide a cabeça em duas, cabelo pra lá, cabelo pra cá. guarda o
pente, checa a linha. teu cabelo tu divides de lado).
tu vais à natação,
meu querido nazi,
e andas de bicicleta.
mas é quando tu tiras tua jaqueta roxa,
que faz silêncio o universo:
vejo então teus braços lindos.
vejo então que és bege claro.
(e me derreto em histeria silenciosa)
meu querido nazi,
mal posso acreditar que em menos de
30 dias
dormirás aqui em solo
pátrio
mestiço
bem aqui na minha sala
e (com sorte minha)
vais mestiçar
minha pele colonizada
com a ariana tua.
Saturday, September 25, 2010
diante do que é dos outros; cuidando do que é meu
(esse post é gigante, peguem uns biscoitos e um copo de guaraná antes de começarem a ler, para conseguirem chegar até o fim!)
para mim é impressionante que o slideshow de 100 men pôde causar tantas reações - tão positivas e tão negativas.
quando ricardo me chamou para ocupar o subsolo do NBI, eu inicialmente quis fazer uma instalação toda com fotos, vídeos e emails de armin. depois, não lembro bem como, tive a ideia de fazer a instalação tal qual acabou sendo: uma projeção sobre lençol, com 100 retratos de meninos.
eu digo "de meninos" porque é isso a única coisa que os une: são meninos. porque de resto, cada um tem seu papel: alguns são meus amigos, alguns são ex-namorados, um é o amor da minha vida. outros, apenas meninos bonitos que cruzei numa festa, num backstage de desfile, na rua.
tem um monte de vida, ali - a minha.
§
eu estive pensando nos dois momentos de tensão que 100 men causou, sob duas óticas: a da experiência pessoal e da fotografia.
1. antes de mais nada, 100 men é meu depoimento (ok, talvez lírico demais para ser entendido assim) contrário a tudo aquilo que se espera de alguém vítima da violência masculina.
mais comumente, esperam que a gente endoide, ou se esconda, ou se interne, ou se mate, ou passe a vida inteira se culpando (ou se desculpando) por algo que, ora ora, não é nossa culpa.
eu não tenho culpa de nada. eu não tenho vergonha de nada. eu sou hoje o que era antes:
o corpo masculino é lindo e eu continuo interessada nele. e i want to praise aqueles que de mim se aproximaram com meu consentimento.
eu fiz 100 men foi para dizer: "não doeu".
2. as duas pessoas que reclamaram que suas imagens foram usadas têm direito de não querer aparecer, logicamente. mas eu, que sou uma guerrilheira pelo direito de se descobrir, acredito que a atual defesa da intimidade é muitas vezes baseada em conceitos machistas e na ignorância em relação aos rumos que a arte (e a vida!) vem tomando.
quando eu digo machista é porque o foco da atenção, tanto para quem fotografa quanto para quem é fotografado, é sempre a mulher.
A) se ela é fotografada, a pergunta intrínseca sempre é: "como ela aparece?". ela se dá ao respeito, ela se coloca mais como persona do que como ser humano? (só se ela vestir a persona da vênus de ticiano, a musa branca da pureza, ela se protege. é por isso que o termo que eu mais odeio no mundo é o tal de "nu artístico". na verdade, esse termo quer dizer "nu machista", em que só é bonito aparecer nua se você aparentar, afinal, como uma virgem).
B) se uma mulher fotografa um homem, existe instantaneamente uma tensão. uma sensação de "mas por quê ela quer deixar claro que faz essas coisas?".
o foco, afinal, é sempre o papel desempenhado pela mulher, como artista ou como objeto. posso citar um exemplo bem recente em relação a isso: francilins, no pef, mostrou uma foto super-close up de um quiquito arreganhado, e todo mundo ficou passado muito mais pelo quiquito em si (que era bem feio!) do que pelo contexto (ela, uma prostituta, fotografada por ele, um homem religioso). se fosse uma foto feita por uma mulher de um homem pau duro, não importa como este pau fosse - o pensamento seria for sure "olha, ela trepa!".
além dessa visão macho, tem a questão da "intimidade". eu não sei o que é intimidade. pra começo de conversa, a intimidade morreu com o barateamento da construção civil: eu nunca nem vi a fuça do meu vizinho mas, com essas paredes finas do caralho, eu sei até a hora que ele empalita os dentes.
meu interesse no conceito de intimidade é construir uma entre mim e quem eu fotografo, isso sim. algumas fotos de 100 men não são de momentos íntimos, mas sim de momentos de profunda intimidade. entende a diferença?
eu particularmente acredito que, no momento em que a foto é feita, aquilo vira ficção. não é mais íntimo, é um conto, porque a vida acontece dentro da vida, e não fora dela. uma foto, como diria annie leibovitz, é apenas uma anotação sobre a vida.
às vezes tem gente, tão egolombrada como eu, que acha a própria vida interessante o suficiente pra virar ponto de pesquisa. nan goldin é genial em falar nessa questão: nosso interesse não é expôr a intimidade, é tentar falar de uma experiência coletiva dentro de um contexto histórico, mas saindo de um ponto de partida privado.
com tanto fotógrafo se aproveitando da vida dos outros pra fazer dinheiro, eu não vejo problema em me aproveitar da minha própria - e eu não ganho nem um real com isso hahahaha. já falei sobre isso antes.
3. depois de tudo isso dito, queria dizer que este slideshow é uma declaração de amor.
§
realmente, a tal da "intimidade" fez coisas horríveis pela fotografia:
lina scheynius
marcelo gomes
cia de foto
imogen cunningham
robert mapplethorpe
timo klos
heinz peter knes
marianne breslauer
annie leibovitz
brett lloyd
para mim é impressionante que o slideshow de 100 men pôde causar tantas reações - tão positivas e tão negativas.
quando ricardo me chamou para ocupar o subsolo do NBI, eu inicialmente quis fazer uma instalação toda com fotos, vídeos e emails de armin. depois, não lembro bem como, tive a ideia de fazer a instalação tal qual acabou sendo: uma projeção sobre lençol, com 100 retratos de meninos.
eu digo "de meninos" porque é isso a única coisa que os une: são meninos. porque de resto, cada um tem seu papel: alguns são meus amigos, alguns são ex-namorados, um é o amor da minha vida. outros, apenas meninos bonitos que cruzei numa festa, num backstage de desfile, na rua.
tem um monte de vida, ali - a minha.
§
eu estive pensando nos dois momentos de tensão que 100 men causou, sob duas óticas: a da experiência pessoal e da fotografia.
1. antes de mais nada, 100 men é meu depoimento (ok, talvez lírico demais para ser entendido assim) contrário a tudo aquilo que se espera de alguém vítima da violência masculina.
mais comumente, esperam que a gente endoide, ou se esconda, ou se interne, ou se mate, ou passe a vida inteira se culpando (ou se desculpando) por algo que, ora ora, não é nossa culpa.
eu não tenho culpa de nada. eu não tenho vergonha de nada. eu sou hoje o que era antes:
o corpo masculino é lindo e eu continuo interessada nele. e i want to praise aqueles que de mim se aproximaram com meu consentimento.
eu fiz 100 men foi para dizer: "não doeu".
2. as duas pessoas que reclamaram que suas imagens foram usadas têm direito de não querer aparecer, logicamente. mas eu, que sou uma guerrilheira pelo direito de se descobrir, acredito que a atual defesa da intimidade é muitas vezes baseada em conceitos machistas e na ignorância em relação aos rumos que a arte (e a vida!) vem tomando.
quando eu digo machista é porque o foco da atenção, tanto para quem fotografa quanto para quem é fotografado, é sempre a mulher.
A) se ela é fotografada, a pergunta intrínseca sempre é: "como ela aparece?". ela se dá ao respeito, ela se coloca mais como persona do que como ser humano? (só se ela vestir a persona da vênus de ticiano, a musa branca da pureza, ela se protege. é por isso que o termo que eu mais odeio no mundo é o tal de "nu artístico". na verdade, esse termo quer dizer "nu machista", em que só é bonito aparecer nua se você aparentar, afinal, como uma virgem).
B) se uma mulher fotografa um homem, existe instantaneamente uma tensão. uma sensação de "mas por quê ela quer deixar claro que faz essas coisas?".
o foco, afinal, é sempre o papel desempenhado pela mulher, como artista ou como objeto. posso citar um exemplo bem recente em relação a isso: francilins, no pef, mostrou uma foto super-close up de um quiquito arreganhado, e todo mundo ficou passado muito mais pelo quiquito em si (que era bem feio!) do que pelo contexto (ela, uma prostituta, fotografada por ele, um homem religioso). se fosse uma foto feita por uma mulher de um homem pau duro, não importa como este pau fosse - o pensamento seria for sure "olha, ela trepa!".
além dessa visão macho, tem a questão da "intimidade". eu não sei o que é intimidade. pra começo de conversa, a intimidade morreu com o barateamento da construção civil: eu nunca nem vi a fuça do meu vizinho mas, com essas paredes finas do caralho, eu sei até a hora que ele empalita os dentes.
meu interesse no conceito de intimidade é construir uma entre mim e quem eu fotografo, isso sim. algumas fotos de 100 men não são de momentos íntimos, mas sim de momentos de profunda intimidade. entende a diferença?
eu particularmente acredito que, no momento em que a foto é feita, aquilo vira ficção. não é mais íntimo, é um conto, porque a vida acontece dentro da vida, e não fora dela. uma foto, como diria annie leibovitz, é apenas uma anotação sobre a vida.
às vezes tem gente, tão egolombrada como eu, que acha a própria vida interessante o suficiente pra virar ponto de pesquisa. nan goldin é genial em falar nessa questão: nosso interesse não é expôr a intimidade, é tentar falar de uma experiência coletiva dentro de um contexto histórico, mas saindo de um ponto de partida privado.
com tanto fotógrafo se aproveitando da vida dos outros pra fazer dinheiro, eu não vejo problema em me aproveitar da minha própria - e eu não ganho nem um real com isso hahahaha. já falei sobre isso antes.
3. depois de tudo isso dito, queria dizer que este slideshow é uma declaração de amor.
§
realmente, a tal da "intimidade" fez coisas horríveis pela fotografia:
lina scheynius
marcelo gomes
cia de foto
imogen cunningham
robert mapplethorpe
timo klos
heinz peter knes
marianne breslauer
annie leibovitz
brett lloyd
ps: eu sei que vocês odeiam armin, mas eu não. quando ele ficou sabendo da instalação (eu não falei nada para ele, porque estávamos sem nos falar; ele descobriu porque é meu fã e faz meu clipping hahaha), ele me ligou e disse: "achei lindo, e me sinto honrado de fazer parte deste projeto". vale ressaltar: armin é enfermeiro sem curso superior que cresceu numa cidade de 800 habitantes na bavária. mas ele é sensível. ou simplesmente tolerante.
Friday, September 24, 2010
a pastilha
fui mijar e o cheiro da pastilha nova do vaso sanitário me lembrou algum ex-namorado, só não lembro qual.
que triste, existir a possibilidade de ser lembrado assim.
que triste, existir a possibilidade de ser lembrado assim.
Wednesday, September 22, 2010
recado para as leitorinhas pernambucanas
vi isso no facebook de ana paula portela, socióloga, psicóloga e fodóloga. ela é uma pessoa muito inteligente e muito importante pra mim. leitorinhas de pernambuco, levem isso MUITO em conta na hora de votar, ok?
"Eesses são os/as candidatos/as que assinaram o manifesto Brasil sem Aborto e prometeram votar contra qualquer direito das mulheres, até mesmo o aborto em caso de estupro.
Por eles, mesmo quando estupradas devemos ser obrigadas a manter a gestação. Mesmo se corremos risco de vida, devemos manter a gestação:
ALEXANDRE RêGO DEM / PE Deputado(a) Estadual 25888
ANDRE DE PAULA DEM / PE Deputado(a) Federal 2515
CLODOALDO MAGALHãES PTB / PE Deputado(a) Estadual 14444
DR. ROGERIO DE LUCCA PSL / PE Deputado(a) Estadual 17417
FABIO BARROS PT / PE Deputado(a) Estadual 13040
GEORGTON ACIOLY PHS / PE Deputado(a) Estadual 31021
GONZAGA PATRIOTA PSB / PE Deputado(a) Federal 4000
GUSTAVO DE HOLANDA PRP / PE Deputado(a) Estadual 44999
JOSENILDO PT / PE Deputado(a) Federal 1340
MAVIAEL CAVALCANTI DEM / PE Deputado(a) Estadual 25181
PEDRO PAULO DOS SANTOS PPS / PE Deputado(a) Federal 2314
PETER MIRANDA PRTB / PE Deputado(a) Federal 2828
TEREZINHA NUNES PSDB / PE Deputado(a) Estadual 45123"
bosta de país.
"Eesses são os/as candidatos/as que assinaram o manifesto Brasil sem Aborto e prometeram votar contra qualquer direito das mulheres, até mesmo o aborto em caso de estupro.
Por eles, mesmo quando estupradas devemos ser obrigadas a manter a gestação. Mesmo se corremos risco de vida, devemos manter a gestação:
ALEXANDRE RêGO DEM / PE Deputado(a) Estadual 25888
ANDRE DE PAULA DEM / PE Deputado(a) Federal 2515
CLODOALDO MAGALHãES PTB / PE Deputado(a) Estadual 14444
DR. ROGERIO DE LUCCA PSL / PE Deputado(a) Estadual 17417
FABIO BARROS PT / PE Deputado(a) Estadual 13040
GEORGTON ACIOLY PHS / PE Deputado(a) Estadual 31021
GONZAGA PATRIOTA PSB / PE Deputado(a) Federal 4000
GUSTAVO DE HOLANDA PRP / PE Deputado(a) Estadual 44999
JOSENILDO PT / PE Deputado(a) Federal 1340
MAVIAEL CAVALCANTI DEM / PE Deputado(a) Estadual 25181
PEDRO PAULO DOS SANTOS PPS / PE Deputado(a) Federal 2314
PETER MIRANDA PRTB / PE Deputado(a) Federal 2828
TEREZINHA NUNES PSDB / PE Deputado(a) Estadual 45123"
bosta de país.
Monday, September 20, 2010
armin me escreveu
armin me escreveu
dessa vez, nem pulei quando vi seu nome
na caixa de entrada
nem se mostraram meus dentes entre os lábios
alongando-se em direção `as orelhas
(sou ruim com poesia:
quis dizer que não sorri)
armin me contou
que não se lembra da nossa última conversa
anda abusando das drogas
e de leonard cohen
e seus pais andam preocupados
eu andei 9 mil kilômetros preocupada
armin me deixou com um
"yours"
e eu acho lindo.
levantei em direção ao chá de boldo
que resmungava a ferver na chaleira de
carol
meti a mão nas asas
do bule
sem toalha
queimei três dedos
e não pude deixar de pensar
nessas coisas que a gente gosta
mas que um dia
acabam traindo a gente.
(tentei escrever um poema como os de mariano blatt).
dessa vez, nem pulei quando vi seu nome
na caixa de entrada
nem se mostraram meus dentes entre os lábios
alongando-se em direção `as orelhas
(sou ruim com poesia:
quis dizer que não sorri)
armin me contou
que não se lembra da nossa última conversa
anda abusando das drogas
e de leonard cohen
e seus pais andam preocupados
eu andei 9 mil kilômetros preocupada
armin me deixou com um
"yours"
e eu acho lindo.
levantei em direção ao chá de boldo
que resmungava a ferver na chaleira de
carol
meti a mão nas asas
do bule
sem toalha
queimei três dedos
e não pude deixar de pensar
nessas coisas que a gente gosta
mas que um dia
acabam traindo a gente.
(tentei escrever um poema como os de mariano blatt).
Wednesday, September 15, 2010
chavela, amália
todo mundo acha que tenho tédio com mulheres. não tem nada disso em mim não.
é que meu interesse não é em princesa.
é em rainhas.
chavela vargas, las ciudades
amália, lisboa, não sejas francesa
na verdade tenho pensado bastante em rainhas e em geografia.
é que meu interesse não é em princesa.
é em rainhas.
chavela vargas, las ciudades
amália, lisboa, não sejas francesa
na verdade tenho pensado bastante em rainhas e em geografia.
Monday, September 13, 2010
Sunday, September 12, 2010
Friday, September 10, 2010
lambendo selos
tem uma mala feita do meu lado e uns prints 9x13 que fiz de achim, de ricardo, de berlin, de jannis, dos dias.
e lembrei de marisa paredes, tão agradecida por ter sido salva por um espetáculo de flamenco, como sou eu não por essas fotos mas por o que elas têm dentro, em a flor do meu segredo:
"gracias. hace 15 minutos que no penso en paco".
estou lambendo selos pra me ir.
e lembrei de marisa paredes, tão agradecida por ter sido salva por um espetáculo de flamenco, como sou eu não por essas fotos mas por o que elas têm dentro, em a flor do meu segredo:
"gracias. hace 15 minutos que no penso en paco".
estou lambendo selos pra me ir.
agora vocês sabem como é meu diário e como meu anel reflete o sol quando eu estou no weinbergspark existindo totalmente.
Thursday, September 09, 2010
Wednesday, September 08, 2010
Tuesday, September 07, 2010
aula de alemão na hora de dizer xau
Du sagtest Danke für einen schönen Tag.
você agradeceu pelo ótimo dia.
Ich weiß, du hast dich zu Hause gefühlt.
eu sei que você se sentiu em casa
Da lebten Menschen in den Häusern in denen wir leiden
enquanto viviam pessoas nas casas nas quais a gente sofreu
Das ist das Schicksal von dir und mir.
este é o nosso destino
Du weißt um die Welt, die du mir erschließt.
você sabe o mundo que você me apresentou
Du weisst ich würde sterben für dich,
você sabe que eu morreria por você
um dir ein gutes Leben zu garantieren...
e para lhe garantir uma boa vida
Von Gott verbrüht, von den Menschen berührt,
die an dem Friedhof standen am Ende eines Lebens.
(não sei traduzir isso e tô com preguiça de pegar o dicionário)
Und ich habe keine Angst zu fallen
e eu não tenho medo de cair
während ich versuche zu stehen.
enquanto tento ficar em pé
Das ist, wie ich mich fühle,
é assim que me sinto
ich verliere mein Antlitz.
como se tivesse perdido meu rosto
Und wir fahren alle Straßen,
e a gente viaja todas as ruas
diesen langen Weg nach Hause.
esse longo caminho para casa.
Und wir kennen die Stellen,
e a gente sabe os lugares
an denen Sachen geschahen,
onde as coisas aconteceram.
und wir kennen die Gerüche
e a gente conhece os cheiros,
und wir kennen die Gegenstände
e a gente conhece as coisas,
und wir können spüren wie sie die Form verlieren.
e a gente pode perceber como elas já não são mais as mesmas.
tchau, armin.
você agradeceu pelo ótimo dia.
Ich weiß, du hast dich zu Hause gefühlt.
eu sei que você se sentiu em casa
Da lebten Menschen in den Häusern in denen wir leiden
enquanto viviam pessoas nas casas nas quais a gente sofreu
Das ist das Schicksal von dir und mir.
este é o nosso destino
Du weißt um die Welt, die du mir erschließt.
você sabe o mundo que você me apresentou
Du weisst ich würde sterben für dich,
você sabe que eu morreria por você
um dir ein gutes Leben zu garantieren...
e para lhe garantir uma boa vida
Von Gott verbrüht, von den Menschen berührt,
die an dem Friedhof standen am Ende eines Lebens.
(não sei traduzir isso e tô com preguiça de pegar o dicionário)
Und ich habe keine Angst zu fallen
e eu não tenho medo de cair
während ich versuche zu stehen.
enquanto tento ficar em pé
Das ist, wie ich mich fühle,
é assim que me sinto
ich verliere mein Antlitz.
como se tivesse perdido meu rosto
Und wir fahren alle Straßen,
e a gente viaja todas as ruas
diesen langen Weg nach Hause.
esse longo caminho para casa.
Und wir kennen die Stellen,
e a gente sabe os lugares
an denen Sachen geschahen,
onde as coisas aconteceram.
und wir kennen die Gerüche
e a gente conhece os cheiros,
und wir kennen die Gegenstände
e a gente conhece as coisas,
und wir können spüren wie sie die Form verlieren.
e a gente pode perceber como elas já não são mais as mesmas.
tchau, armin.
stadt sapatão
eu tenho uma namorada
e ela se chama berlim
a gente se vê todo dia
ela nunca me ignora
ela está sempre disposta
ela sempre sai comigo
e gosta de andar de mãos dadas
eu tenho uma namorada
e ela está tão triste.
e ela se chama berlim
a gente se vê todo dia
ela nunca me ignora
ela está sempre disposta
ela sempre sai comigo
e gosta de andar de mãos dadas
eu tenho uma namorada
e ela está tão triste.
Monday, September 06, 2010
usem o google translate e leiam, vocês são meninas também
saiu hoje no der spiegel.
é humilhante o que uma mulher que decide denunciar algum bastardo por estupro, tem que passar, em qualquer lugar do mundo.
dá vontade de se matar.
é humilhante o que uma mulher que decide denunciar algum bastardo por estupro, tem que passar, em qualquer lugar do mundo.
dá vontade de se matar.
i miss you i miss you i miss it i miss me
eu tirei uma foto da escada pra guardar pra mim, porque escada feia da porra, armin.
eu tirei a foto porque é bonito pensar nessas intersecções do destino. quando tu estiveste naquele mesmo lugar, três anos antes, a gente nem se conhecia.
e quando eu estive lá, ontem, a gente já não se reconhecia mais.
eu já não sei mais se sinto saudade de tu ou de como eu era quando a gente era dois.
ontem eu estava tão na alemanha. e esse país tem teu nome, tem teu holograma. e eu sou horrível e fiquei tão feliz quando, no telefone, eu percebi o quanto tu estava triste.
somos dois psicopatas.
eu tirei a foto porque é bonito pensar nessas intersecções do destino. quando tu estiveste naquele mesmo lugar, três anos antes, a gente nem se conhecia.
e quando eu estive lá, ontem, a gente já não se reconhecia mais.
eu já não sei mais se sinto saudade de tu ou de como eu era quando a gente era dois.
ontem eu estava tão na alemanha. e esse país tem teu nome, tem teu holograma. e eu sou horrível e fiquei tão feliz quando, no telefone, eu percebi o quanto tu estava triste.
somos dois psicopatas.
Sunday, September 05, 2010
under the influence
will mcbride em entrevista.
eu adoro no fim quando ele fala que o estado não precisa de gente vivendo sua sexualidade por isso faz com que as pessoas sejam pacíficas, e o estado não precisa de gente pacífica. é verdade e é um lixo.
e wolfgang tillmans:
"yes, i am a photographer". essa coisa também de dividir as coisas em gavetas (numa cômoda com bem poucas gavetas, aliás) é uma questão que sempre me anima. eu adoro quando o entrevistador pergunta o que ele faz e ele dá essa resposta.
até ele precisa avisar. porque, né, se ainda tem gente que acha que cindy sherman não é fotógrafa e gente que acha que madonna não é uma rainha.
eu adoro no fim quando ele fala que o estado não precisa de gente vivendo sua sexualidade por isso faz com que as pessoas sejam pacíficas, e o estado não precisa de gente pacífica. é verdade e é um lixo.
e wolfgang tillmans:
"yes, i am a photographer". essa coisa também de dividir as coisas em gavetas (numa cômoda com bem poucas gavetas, aliás) é uma questão que sempre me anima. eu adoro quando o entrevistador pergunta o que ele faz e ele dá essa resposta.
até ele precisa avisar. porque, né, se ainda tem gente que acha que cindy sherman não é fotógrafa e gente que acha que madonna não é uma rainha.
Saturday, September 04, 2010
essas coisas lindas que acabam comigo porque não são minhas
1. rilke
For beauty is nothing but the beginning of terror, which we are still just able to endure, and we are so awed because it serenely disdains to annihilate us.
Every angel is terrifying
2. madonna
how could it hurt you when it looks so good?
3. schneider carpeggiani
(...) o peso de ser mais um fetiche que uma pessoa.
4. armin
eu sei que agi errado, não fui sábio o suficiente; fui esquisito o suficiente.
For beauty is nothing but the beginning of terror, which we are still just able to endure, and we are so awed because it serenely disdains to annihilate us.
Every angel is terrifying
2. madonna
how could it hurt you when it looks so good?
3. schneider carpeggiani
(...) o peso de ser mais um fetiche que uma pessoa.
4. armin
eu sei que agi errado, não fui sábio o suficiente; fui esquisito o suficiente.
lorcan
(zu mitnehmen!)
na noite que eu conheci lorcan, achei que ele era gay e contei toda minha vida amorosa pra ele, não sem derramar vinho no pé dele e mandar ele pegar mais (umas seis vezes).
até que eu perguntei onde estava o namorado dele e disse "i am into girls".
perdi a compostura, a oportunidade de ficar calada e a chance de paquerar o boy com classe. eu tinha certeza que ele era gay e eu precisava desabafar!
quem mandou ele ser o único hetero numa festa de viado?
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