semana passada escrevi um post bem sabido no blog do paraty em foco, inspirada num email de pio figueiroa, nos vídeos de ricardo domeneck e nas fotos de timo klos. e as prerrogativas desse texto inspiraram, além de um monte de conversa gostosa/calorosa no estúdio madalena, vários comentários no blog do pef.
o que mais me pegou foi o do paulo, do garapa. eu fiquei dias pensando no comment dele, porque... eu discordo tanto! principalmente da última frase: "Agora, artista que não quer dizer nada... duvideodó". vale dizer que amo pessoas que discordam e dizem, como fez o paulo. não tenho nenhum problema quando não pensam igual a mim - então antes que vocês achem que esse post foi movido por recalque, devo deixar mais que claro que ele foi movido por pensamentos gerados pela opinião do paulo!
fiquei pensando nas gongadas que já tomei em leitura de portfolio, quando eu mostro meu trampo e o cara fala: "e o que você quer dizer com esse auto-retrato?" e eu respondo, sempre: "eu, nada. e você? o que quer dizer com essa pergunta enfadonha?" HAHAH mentira nunca respondi assim, paro no "nada", mas bem que devia concluir a insolência. os pessoal sempre fala que eu preciso ter discurso político...
mas eu não sou a dilma. o ponto é: pode até ser que eu queira dizer alguma coisa, mas isso não quer dizer que eu queira dizer o que quero dizer para quem vê a foto. ao menos, não assim, de cara.
eu vou usar dois homens que respeito muito na hora de embasar minha vontade de não dizer nada: armin e raimundo carrero (toma um wikipediazinho pra quem nunca ouviu falar no homem).
armin nasceu e morou até os 20 anos numa vila com 800 habitantes no sul da alemanha e é enfermeiro num hospital psiquiátrico de velhinhos. ele é xucro. não tem tempo pra essa blablalização da arte - e foi com ele, no entanto, que tive grandes conversas sobre o so-called fazer artístico. aulas mesmo.
dia desses ele falou assim, num email, tentando me consolar de mais uma gongada portfolio-zal: "não é o artista que tem que criar significação pra sua obra. é o espectador que tem dar significado ao que ele vê".
armin é como se fosse meu richard do texas, de "comer rezar amar". é um bom selvagem com sabedoria desconcertante (apesar de ser nazista hihi).
o outro, raimundo carrero, embasou minha crença artística no editorial da 51ª edição do suplemento pe. ele fala assim:
"para flaubert, a frase vale pela sonoridade ou não, pelo ritmo ou pelo andamento. estética, pura estética, sem ter que provar nada, sem discutir nada, sem revelar nada".
essa foto, por exemplo:
não é nada. mas a jéssica gostou. acho que é o bastante.
o que mais me pegou foi o do paulo, do garapa. eu fiquei dias pensando no comment dele, porque... eu discordo tanto! principalmente da última frase: "Agora, artista que não quer dizer nada... duvideodó". vale dizer que amo pessoas que discordam e dizem, como fez o paulo. não tenho nenhum problema quando não pensam igual a mim - então antes que vocês achem que esse post foi movido por recalque, devo deixar mais que claro que ele foi movido por pensamentos gerados pela opinião do paulo!
fiquei pensando nas gongadas que já tomei em leitura de portfolio, quando eu mostro meu trampo e o cara fala: "e o que você quer dizer com esse auto-retrato?" e eu respondo, sempre: "eu, nada. e você? o que quer dizer com essa pergunta enfadonha?" HAHAH mentira nunca respondi assim, paro no "nada", mas bem que devia concluir a insolência. os pessoal sempre fala que eu preciso ter discurso político...
mas eu não sou a dilma. o ponto é: pode até ser que eu queira dizer alguma coisa, mas isso não quer dizer que eu queira dizer o que quero dizer para quem vê a foto. ao menos, não assim, de cara.
eu vou usar dois homens que respeito muito na hora de embasar minha vontade de não dizer nada: armin e raimundo carrero (toma um wikipediazinho pra quem nunca ouviu falar no homem).
armin nasceu e morou até os 20 anos numa vila com 800 habitantes no sul da alemanha e é enfermeiro num hospital psiquiátrico de velhinhos. ele é xucro. não tem tempo pra essa blablalização da arte - e foi com ele, no entanto, que tive grandes conversas sobre o so-called fazer artístico. aulas mesmo.
dia desses ele falou assim, num email, tentando me consolar de mais uma gongada portfolio-zal: "não é o artista que tem que criar significação pra sua obra. é o espectador que tem dar significado ao que ele vê".
armin é como se fosse meu richard do texas, de "comer rezar amar". é um bom selvagem com sabedoria desconcertante (apesar de ser nazista hihi).
o outro, raimundo carrero, embasou minha crença artística no editorial da 51ª edição do suplemento pe. ele fala assim:
"para flaubert, a frase vale pela sonoridade ou não, pelo ritmo ou pelo andamento. estética, pura estética, sem ter que provar nada, sem discutir nada, sem revelar nada".
essa foto, por exemplo:
não é nada. mas a jéssica gostou. acho que é o bastante.